Cientistas já coletaram mais de 40 núcleos longos, ou tubos, de sedimentos do fundo do mar de locais ao redor da Antártida
Imagem: murathakanart/Shutterstock
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A Antártida é uma das regiões mais extremas da Terra. Mas mesmo com as temperaturas extremamente baixas, ventos fortes e um vasto manto de gelo, cientistas trabalham, inclusive a noite, para desenterrar lama do fundo do mar.
Segundo os pesquisadores, essas amostras podem revelar segredos sobre o Oceano Antártico. O objetivo é entender como a atividade humana afetou a região, além da relação entre o oceano e o clima no nosso planeta.
Equipe perfura até 500 metros em busca das amostras (Imagem: Nancy Pauwels/Shutterstock)Lama será transportada para várias partes do mundo
- Para retirar a lama, equipes usam uma broca especial amarrada a um navio de pesquisa.
- Isso possibilita perfurar em profundidades de até 500 metros.
- No total, já foram coletados mais de 40 núcleos longos, ou tubos, de sedimentos do fundo do mar de locais ao redor da Península Antártica.
- Ao analisarem estas amostras, os pesquisadores podem entender mais sobre a história da vida marinha na região.
- A primeira parte deste trabalho é feito em um laboratório em Barcelona, na Espanha, de onde pedaços cuidadosamente extraídos da lama antártica são enviados para várias instituições acadêmicas ao redor do mundo.
- A partir disso, cientistas examinarão e datarão as camadas de sedimentos, descobrindo que vida microbiana elas contêm.
- Eles também medirão os níveis de poluição e calcularão quanto carbono está enterrado na lama.
- As informações são da BBC.
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Resultados podem ajudar a desenvolver formas mais eficazes de combater as mudanças climáticas (Imagem: Bigc Studio/Shutterstock)Amostras passarão por análise de DNA ambiental
Esses pequenos pedaços do fundo do mar precisam ser armazenados em temperaturas extremamente baixas, -80ºC, para análise de DNA ambiental. O frio extremo interrompe todos os processos biológicos, impedindo que as amostras se degradem.
Esta é uma área da ciência que se desenvolveu rapidamente nos últimos anos. Ele permite aos pesquisadores a capacidade de extrair informações genéticas da água, do solo e até do ar, como uma impressão digital da vida deixada para trás no meio ambiente.
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Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.