Uma “ocasião verdadeiramente especial”, com o pensamento no presente e futuro, assumiu Thomas Hegel Gunther, presidente da Autoeuropa, na assinatura do memorando de intenções entre Governo e Volkswagen para a produção do carro elétrico do grupo alemão em Portugal. O plano de investimento da Autoeuropa receberá do Estado português um apoio de 30 milhões de euros, indicou o ministro da Economia, Castro Almeida.
No final deste ano será lançado o novo T-Roc, “o qual estamos certo que dará continuidade ao extraordinário desempenho do modelo da geração atual”, indicou. O lançamento “é fruto de muitos meses de trabalho” por parte dos colaboradores, acrescentou, assumindo “mais um passe firme em direção ao futuro”, com a formalização do compromisso do ID Every.1, que começará a ser produzido em meado de 2027, que “será a próxima etapa da fábrica da Autoeuropa”.
Autoeuropa vai fabricar novo carro elétrico que deverá custar 20 mil euros (no mercado alemão)
Thomas Gunther relembrou que este será um modelo de entrada no elétrico, a partir de 20 mil euros. “O próximos tempos serão marcados em tornar o futuro em realidade”.
Estes projetos “representam o compromisso da Volkswagen com Portugal”, concluiu.
Christian Vollmer, administrador do grupo Volkswagen, salientou as mudanças do mercado automóvel, com o foco na sustentabilidade. O grupo, diz, “está motivado em liderar a mudança”. Nas mudanças da indústria, o Every1, diz, é muito importante. “É um grande passo em frente”, assumiu. “Estamos muito contentes de o produzir aqui”. A localização foi escolhida porque “confiamos e acreditamos” na unidade, e salientou “a forte parceria com o Governo”, garantindo ser um país bom para investimentos. “É um projeto que nos podemos orgulhar em Palmela”, conclui em português, depois de um discurso em inglês. Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, em inglês expressou também a satisfação pelo passado, presente e futuro da Autoeuropa, desejando boa sorte para futuro pelo sucesso para a Volkswagen e mais crescimento económico e sucesso para Portugal.
Manuel Castro Almeida, ministro da Economia, assinalando “o momento histórico”, diz que este investimento “representa muito mais que um investimento industrial”. “Ao longo de mais de três décadas a Autoeuropa tem sido mais do que um pilar da economia nacional”, salientando emprego, tecido industrial e investimento estrangeiro. “Hoje reforça esse legado”. Poucas, diz, estarão tão em linha com o plano do Governo. A política económica de Portugal passa pela descarbonização produtiva, inovação produtiva e aumento das exportações. A Autoeuropa “está a colocar um desafio exigente às empresas nacionais e ao tecido económico do país”. Portugal tem um caminho grande a fazer na produtividade, sem esse caminho não conseguirá aumentar exportações.
“Não vale a pena falar de crescimento económico, de convergência do rendimento com a União Europeia, sem aumentar o peso das exportações no PIB”, disse Castro Almeida, indicando que é objetivo do Governo é atingir 50% desse peso e caminhar para os 55%. Está neste momento com 46%.
O Governo declara disponibilidade para atribuir ao projeto da Autoeuropa o nível máximo de auxílio de Estado, 30 milhões de euros. “Será o nosso contributo”, assumiu Castro Almeida.
Marcelo Rebelo de Sousa optou, ainda, por fazer o histórico da Autoeuropa, desde o governo de Cavaco Silva que trouxe o investimento para Portugal, salientando que todos os governos que o sucederam apoiaram este projeto. “Por uma vez houve uma estratégia nacional prosseguida ao longo de décadas”, que “agora conhece um salto qualitativo muito apreciado”. Não foi a única mas terá sido uma raridade, indicou o Presidente da República, que deixou ainda uma palavra aos trabalhadores, quase cinco mil. “Tornaram possível o crescimento desta indústria, souberam ultrapassar diferenças, tensões, períodos de crise, ao mesmo tempo fazendo um significativo caminho de valorização das suas competências”.
O Presidente da República voltou a falar de solidariedade, aproveitando os incêndios e evocando Carlos Dâmaso, ex-presidente da junta de freguesia de Vila Franca do Deão que morreu a combater os fogos. Isto porque Carlos Dâmaso, contou o Presidente, morreu quando com o trator do seu sucessor estava no combate às chamas para salvar a aldeia. Dois opositores que trabalharam em conjunto e essa foi a mensagem que Marcelo quis passar.
“É o exemplo extremo da solidariedade entre pessoas e portugueses”, disse relacionando com a cerimónia desta manhã. A Autoeuropa “chegou com solidariedade entre 2 países, sucessivos governos e o presente e a solidariedade de toda a família Autoeuropa e dos trabalhadores, sabendo o que significa lutarem em conjunto, sabendo o que é lutar em conjunto”.
A Autoeuropa inaugurou, esta terça-feira, também oficialmente a nova prensa, que representou um investimento de 52,8 milhões de euros, e que, segundo o responsável da empresa, é a mais complexa das quatro novas prensas que o grupo alemão investiu. E foi também oficialmente lançada a primeira pedra da nova nave de pintura que ficará concluída até dezembro de 2027. O investimento nessa unidade de pintura e do novo forno elétrico atinge os 270 milhões de euros.
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