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Oktoberfest, Munique (Alemanha)

Parece que os mais novos não querem cerveja. E, quando querem, preferem sem álcool. Uma das cervejarias mais antigas já fechou.

Quando se pensa em bebidas da Alemanha, pensa-se logo em cerveja, naquelas grandes canecas, no Oktoberfest.

Mas o mercado da cerveja já foi mais sorridente do que agora – é que, aparentemente, os mais novos não querem cerveja. E, quando querem, preferem sem álcool.

Uma “vítima” já confirmada é uma das cervejarias mais antigas da Baviera, que estava aberta há quase 200 anos mas agora fechou. Falta de vendas, problemas financeiros.

“Os cervejeiros têm a capacidade de suportar muitas dificuldades, mas quando as vendas caem [por falta de consumo] e os custos continuam a subir, não há mais espaço para o planeamento a longo prazo”, explicou o até aqui director Richard Hope, no Euronews.

Cerca de 52 cervejarias fecharam na Alemanha nos dois últimos anos. É o maior declínio neste século.

A crise nas cervejarias também está relacionada com a inflação e com a subida dos preços da energia. Mas está muito ligada à queda do consumo.

É que está a decorrer, na Alemanha e não só, uma transformação cultural: a Geração Z está menos inclinada a beber álcool.

Para esses jovens nascidos entre 1997 e 2012, beber cerveja deixou de ser um hábito diário; aliás, passou a ser uma experiência ocasional, mesmo de luxo em alguns casos.

Há alguns motivos para esta mudança: menor poder de compra dos jovens, estilos de vida mais saudáveis e maior sensibilização para os perigos do consumo de álcool.

E também influencia muito o factor ginásio: muitos personal trainers (e influencers do meio) recomendam os clientes a não consumir as altas calorias da cerveja.

Segundo as estatísticas da Alemanha, o consumo per capita de cerveja era de 126 litros por ano em 2000 – agora é de 88 litros. É uma queda de mais de 30%.

Já neste ano, ao longo do primeiro semestre, a produção de cerveja caiu para o nível mais baixo de sempre.

“Se quero ser honesto, há que aceitar que esta é uma situação preocupante. As condições não são nada boas. Mesmo aqueles cujo negócio tem vários séculos podem ter de desistir dele”, avisou Holger Eichle, presidente da Associação Alemã de Cervejeiros.

Peter Lem, porta-voz da Krumbacher, uma das maiores cervejeiras da Alemanha, admitiu que a cerveja principal da Alemanha – com álcool – não vai ter “muito crescimento no futuro. A trajetória de crescimento é definitivamente nas cervejas com baixo teor alcoólico ou sem álcool”, confirmou Peter.

Solução de algumas fábricas? Mudam o foco e produzem cervejas mistas com refrigerantes e refrigerantes de fruta.


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