No novo filme de Luc Besson, Drácula: Uma História de Amor (a partir desta quinta-feira nas salas), as imponentes torres do castelo do conde Drácula têm gárgulas. Muitas, dir-se-ia à maneira da catedral de Notre-Dame de Paris, associação que poderemos ligar ao facto de, depois de 400 anos de exílio, o vampiro se preparar para visitar a capital francesa durante a Exposição Universal de 1889… Acontece que, a certa altura, por ordem do conde, as gárgulas saltam dos seus pilares e transformam-se em monstrinhos alados que, além de garantirem as tarefas quotidianas de manutenção do castelo, funcionam como uma espécie de batalhão de mercenários que, com grande energia e ainda mais ruído, protegem o seu amo…
Digamos que o trabalho de Besson nunca se distinguiu pela subtileza. Mesmo nos seus momentos mais felizes (penso no exemplo de Lucy, uma aventura de ficção científica lançada em 2014, com Scarlett Johansson no papel central), os seus filmes têm dificuldade em encontrar o justo equilíbrio entre as potencialidades das suas histórias e a respetiva concretização. As suas gárgulas, além de nascerem de efeitos visuais tecnicamente pouco elaborados, surgem como um dos elementos exóticos (?) de um filme que nem sempre sabe sustentar as curiosas variações que tenta introduzir no universo cinematográfico de Drácula.