Trump tinha instado o Departamento de Justiça a exigir a divulgação de informações confidenciais sobre este caso, uma promessa pessoal do próprio Presidente, mas a decisão de hoje marca a terceira vez que este pedido do governo é rejeitado por um juiz.

De acordo com a decisão divulgada pela CNN, o juiz Richard Berman considerou que os argumentos do governo não justificam a divulgação de conteúdos confidenciais, o que poderia também levar a riscos futuros para a segurança e privacidade das vítimas que prestaram depoimento perante o grande júri.

No sistema judicial norte-americano, compete a um grande júri federal determinar se há motivos suficientes para considerar que um crime foi cometido e que um determinado indivíduo deve ser formalmente acusado (indiciado).

Ao contrário dos jurados de um julgamento, o grande júri não determina a culpa ou inocência de um suspeito, e no caso Epstein concluiu que havia causa provável para emitir acusações, descrevendo as acusações específicas de tráfico sexual e conspiração para cometer tráfico sexual.

Berman observou ainda que as informações contidas nas transcrições do grande júri “são insignificantes” em comparação com as informações e materiais já na posse do próprio Departamento de Justiça, que seriam consideravelmente maiores segundo a CNN.

As transcrições do grande júri – que podem revelar os depoimentos das testemunhas e outras provas apresentadas pelos procuradores – raramente são divulgadas pelos tribunais, a menos que precisem ser reveladas em ligação a um processo judicial.

O caso Epstein tem sido marcado pelo sigilo em torno dos materiais do grande júri e outros arquivos de investigação, gerando pressão pública e política para a divulgação de mais informação sobre, incluindo do próprio Trump na campanha eleitoral de 2024.

A alegada lista de clientes de Epstein, com celebridades e políticos influentes, tem sido o foco de várias teorias da conspiração entre apoiantes MAGA.

Sob pressão de segmentos conspiracionistas da sua base política para divulgar mais informações sobre o caso Epstein, com quem manteve relações próximas durante décadas, Trump negou o conhecimento ou o envolvimento nos crimes de Epstein e disse que terminou a amizade há anos.