Os suspeitos, com idades compreendidas entre 49 e 84 anos, que compareceram ao Tribunal de Magistrados de Pretória, estão a ser acusados de fraude, roubo, extorsão, lavagem de dinheiro e violação das leis de proteção ambiental.

Todos eles foram libertados sob fiança, com a obrigação de comparecerem numa próxima audiência marcada para 9 de dezembro, sendo que o empresário John Hume vai ter de pagar o valor mais alto entre os suspeitos.

A Hawks concluiu uma investigação de sete anos sobre tráfico transnacional de chifres de rinoceronte, que desvendou um esquema que envolve 964 chifres destinados a mercados ilegais no sudeste asiático.

“Uma vitória decisiva na luta da África do Sul contra os crimes internacionais contra a vida selvagem”, declarou em comunicado o ministro das Florestas, Pesca e Meio Ambiente, Dion George, ressaltando a determinação do Governo sul-africano em proteger a biodiversidade e em fazer cumprir a lei.

John Hume possuía mais de dois mil rinocerontes brancos, o que representa cerca de 15% da população mundial dessa espécie, que é caçada ilegalmente devido aos seus chifres, que podem chegar a 60 mil dólares (51.467 euros) no mercado negro.

Hume, que vendeu a reserva Platinum Rhino em 2023 para a Organização Não-Governamental (ONG) African Parks, gerou polémica em 2017 após realizar um leilão ‘online’ de chifres de rinoceronte, argumentando que o comércio legal poderia reduzir a caça ilegal.

Embora a lei sul-africana permita o comércio interno de chifres, o comércio internacional continua proibido pela CITES – Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção desde 1977.

Nos primeiros três meses de 2025, 103 rinocerontes foram mortos por caçadores ilegais na África do Sul e 420 em 2024, segundo dados do Governo.

Assim como o marfim, os chifres de rinoceronte são usados na medicina tradicional pelas suas supostas propriedades afrodisíacas, mas também são uma marca de prestígio social.