Portugal soma e segue no mercado imobiliário de luxo. O valor dos imóveis residenciais luxuosos em Lisboa cresceu 2,4% no primeiro semestre do ano e deverá aumentar ainda mais — entre 4% e 5,9% — na segunda metade de 2025, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pela consultora internacional Savills.
O crescimento é explicado com os baixos níveis de stock e interesse internacional “constante” num grupo de geografias orientadas para o lifestyle (estilo de vida), onde também figuram metrópoles, como Amesterdão, Cidade do Cabo e Sidney, segundo o relatório “World Cities Prime Residential Index”. Lisboa, além de ter subidas superiores a Nova Iorque, está entre as cidades europeias onde as rendas de imóveis de luxo mais cresceram.
Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.
Entre as mais de 20 cidades analisadas, o valor médio dos imóveis prime aumentou 0,7% e Tóquio encabeçou o índice com um aumento de 8,8% no valor dos imóveis prime devido à escassez “crónica” de oferta e à procura nacional e estrangeira, que continua “resiliente”. Outras cidades, como Berlim, Dubai e Seul, registaram aumentos superiores a 5% por causa dos projetos limitados e da forte procura.
“Lisboa mantém-se como um dos mercados residenciais prime mais atrativos da Europa, combinando qualidade de vida, segurança e um estilo de vida único que continua a seduzir compradores nacionais e internacionais. A forte procura, aliada à escassez de produto neste segmento, tem sustentado a valorização dos preços, que agora evoluem de forma mais equilibrada após os aumentos muito expressivos dos últimos anos”, afirmou Rita Bueri, responsável pelo mercado residencial de Lisboa na Savills Portugal.
Rita Bueri descarta que este indicador seja negativo. “Este ajustamento é saudável e contribui para a maturidade do mercado. Acreditamos que a procura por imóveis prime em Lisboa se manterá robusta, alimentada por compradores cada vez mais exigentes e por um interesse internacional que coloca a cidade no radar dos destinos de referência a nível global”, acrescenta a especialista em consultoria imobiliária.
Em termos globais, a Savills antevê um crescimento médio de 1,7% no valor dos imóveis prime para o segundo semestre, sendo que a Cidade do Cabo, Seul, Tóquio e Singapura lideraram as previsões, com aumentos estimados entre 6% e 7,9%. “Apesar de uma desaceleração face ao crescimento de 2,2% em 2024, os valores dos imóveis mantêm-se positivos, com 60% das cidades a registar ganhos no primeiro semestre de 2025”, comenta Kelcie Sellers, associada diretora da Savills World Research.
Lisboa é a quarta cidade da Europa onde as rendas mais crescem
O mesmo comportamento, embora menos expressivo, verificou-se nas rendas de imóveis de gama alta. Na Europa, os maiores aumentos foram observados em Berlim (6,3%), Amesterdão (2,6%), Roma (1,4%) e Lisboa (1,3%). “Para o restante ano de 2025, prevemos um crescimento médio das rendas na ordem dos 1% nas cidades que monitorizamos, refletindo um sentimento global de positividade cautelosa”, adiantou Kelcie Sellers sobre as mensalidades cobradas a inquilinos por senhorios.
No sentido contrário destacaram-se apenas a maioria das cidades chinesas pelas ligeiras quedas causadas pela fraca procura e elevada oferta (as reduções fixaram-se entre -0,2% em Pequim e -1,8% em Cantão).