Apesar de todas as medidas que têm a vindo a ser tomadas para barrar a transmissão ilegal de jogos futebol, a verdade é que a tecnologia tem vindo a “colaborar”. Recentemente houve uma detenção que está a ser considerada como um forte golpe à transmissão de jogos futebol de forma ilegal.
Pirataria: sites e aplicação Al Angulo TV estavam configurados para gerar receitas…
A justiça argentina concretizou esta manhã outro “golpe” contra a pirataria audiovisual na América Latina, ao deter, na sua residência, o fundador do site “Al Angulo TV”, acusado de retransmissão ilegal de jogos de futebol nacionais e internacionais, bem como de eventos desportivos de alto perfil, como a Fórmula 1, revela a La Liga.
A detenção decorreu de um mandado de busca no domicílio do arguido, na cidade de Paraná, na província de Entre Ríos, onde foi possível apreender computadores, telemóveis e outros dispositivos tecnológicos que eram utilizados para operar a sua empresa ilegal, retransmitindo conteúdos roubados de diferentes programadores.
Esta investigação foi impulsionada pela Aliança Contra a Pirataria Audiovisual (ALIANZA), em colaboração com um dos seus parceiros, a LaLiga. A detenção foi executada pela Divisão Unidade Operativa Federal da Polícia Federal Argentina em Paraná, em conjunto com a DDI San Isidro da Polícia da Província de Buenos Aires, sob as ordens da respetiva Fiscalía.
Graças aos dados fornecidos pela ALIANZA e LaLiga à justiça argentina, foi possível identificar o modus operandi utilizado para retransmitir ilegalmente, em massa, eventos desportivos ao vivo. O “Al Angulo TV” operava com cerca de 14 domínios espelho, que replicavam o conteúdo roubado. Mais recentemente, lançou-se também como aplicação Android, alcançando elevado impacto em termos de visualizações em todo o país. Junto com a app “MAGIS TV”, recentemente desmantelada pela justiça argentina, tornou-se um dos dois principais canais piratas de distribuição de conteúdos no país atualmente.
De acordo com o processo, tanto os sites como a aplicação Al Angulo TV estavam configurados para gerar receitas, utilizando estruturas de publicidade informal que colocavam em risco os utilizadores, expondo-os a ataques como a introdução de malware nos seus dispositivos e o roubo de dados pessoais. A administração dos fundos recolhidos era feita através de carteiras virtuais e criptomoedas, as quais também foram apreendidas.
O acusado utilizava o pseudónimo “Shishi” nas redes sociais, fazendo transmissões, sobretudo no “X”, onde se gabava de ter 100.000 seguidores e afirmava saber o que estava a fazer, mas que “ninguém o apanharia”. Dava entrevistas com esse tom desafiante em diversos meios. Após uma investigação digital exaustiva nas redes — com apoio técnico da indústria —, os investigadores concluíram que “Shishi” é o “fundador e único proprietário” do site e da aplicação “alangulotv”, que centralizava toda a difusão clandestina e massiva dos conteúdos, bem como as estratégias de monetização.