Colagem com fotos de André Scarpa/Divulgação
A poucos metros da movimentada Faria Lima, está um dos projetos arquitetônicos mais excêntricos de São Paulo: a Casa Bola. Construída nos anos 1970, a residência acabou escondida na paisagem por conta do grande número de edifícios ao seu redor. Ainda assim, consagra-se como um marco do design criativo paulistano!
Com projeto do arquiteto Eduardo Longo, a Casa Bola nasceu com a proposta ousada de unir inovação, sustentabilidade e formato fora do comum. Por isso mesmo, o imóvel continua intrigando quem passa por perto, atraindo curiosos por seu formato esférico mesmo após quase 50 anos de sua construção.
Você já reparou na Casa Bola, escondida na paisagem de São Paulo?
Eduardo Longo sonhava em criar moradias mais compactas, que unissem ecologia e praticidade. Assim, surgiu a ideia para desenvolver conjuntos de “casas bola” e até prédios em formato esférico — que, apesar de inovadores, nunca saíram do papel.
Um esboço que se tornou realidade foi a Casa Bola, protótipo construído em 1979 na Rua Amauri. O imóvel, que fica em cima do escritório de Longo e serve de residência para o arquiteto, precisou de cinco anos de obras até a conclusão. Com oito metros de diâmetro e 100 metros quadrados de área interna, a construção oferece um espaço compacto, mas sofisticado, que serve de referência para funcionalidade e design criativo.
Foto: Eduardo Longo/Divulgação Legado do projeto
Por fora, a Casa Bola parece uma esfera metálica simples. Seu interior, porém, surpreende pela originalidade: apenas tons de bege e branco, com cantos arredondados que parecem alongar o ambiente. No andar superior, uma sala repleta de janelas e uma claraboia aproveita mais iluminação natural, e no porão, um tobogã serve de “saída alternativa” para os moradores.
Eduardo Longo realizou mais de 40 obras em seus 50 anos de carreira, mas nenhuma delas trouxe tanto destaque quanto a Casa Bola. Embora a ideia de projetar construções esféricas não tenha encontrado investidores, ela serve de exemplo para como a arquitetura pode se alinhar à sustentabilidade e à redução de desperdícios: conceitos cada vez mais debatidos nos tempos atuais.
Foto: Tuca Reyes/Cortesia de Eduardo Longo/Reprodução