O homem, conhecido online como “Jean Pormanove” ou “JP”, conquistou seguidores ao fazer “espetáculos” em direto na plataforma Kick em que era abusado por duas pessoas. Nos vídeos, amplamente assistidos, Graven assumia o papel de vítima.
O streamer morreu durante uma transmissão ao vivo que durou dez dias, com os espectadores a descreverem cenas de extrema violência, nomeadamente espancamentos, estrangulamentos, privação de sono e insultos.
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Citada pela AFP, uma pessoa que o conheceu no ano 2000 descreveu-o como amigável, “não muito inteligente” e facilmente influenciável. “Era crédulo. Dava para levá-lo a acreditar que uma árvore era azul”, contou Nicolas Frerot, que privou com ele enquanto estavam no Exército.
Nessa altura, com pouco mais de 20 anos, Raphael Graven era “muito magro”, fisicamente frágil e não conseguia fazer flexões ou marchar em formação”. “Não era bom o suficiente e teve de sair”, contou o antigo colega. Depois dessa passagem pelo Exército, o francês trabalhou num matadouro, mas foi despedido “por questões de higiene”.
JP conquistou os primeiros seguidores a fazer comentários sobre videojogos, mas a sua verdadeira força online surgiu após conhecer dois influencers do sul de França, NarutoVie e Safine. Aliás, são estes os seus “parceiros” nos vídeos das agressões. Nicolas Frerot revelou ter aconselhado Frank a afastar-se dos “dois idiotas”, mas o antigo colega garantiu que estava tudo a correr bem.
Um vizinho de Frank garantiu que os vídeos eram apenas uma encenação: “Nunca ninguém o magoou”. O mesmo disse o próprio influencer, em janeiro, durante uma investigação policial que envolveu NarutoVie e Safine.
A autópsia a JP está marcada para esta quinta-feira.