O Musicbox, sala de música ao vivo no Cais do Sodré, em Lisboa, foi vendido. A informação é avançada ao Observador por Gonçalo Riscado, da Cultural Trend Lisbon (CTL), empresa que detém o espaço há 19 anos na Rua Nova do Carvalho.

Os novos proprietários são “comerciantes da zona” com “atividade local”, diz o ainda responsável, sem querer revelar a identidade dos compradores. “Imagino que vão dar continuidade à componente do espaço de dança”, acrescenta, lembrando que o imóvel “tem 200 m2 e só tem um andar”. “Nunca poderá ser um hotel”, ressalva, respondendo às preocupações levantadas por muitos aquando da notícia do fecho de portas do clube na última semana. “Tudo indica que continuará a ser um espaço de dança ou um bar”.

Recusando revelar o valor da venda, o gestor cultural afirma que o Musicbox foi vendido “dentro do valor de mercado atual”, e que “o resultado que sairá dessa operação é inferior ao investimento que estamos a fazer na Casa Capitão”, o mais recente projeto da CTL que abre no próximo mês no Beato.

A Casa Capitão, que em tempos foi residência do diretor da antiga Manutenção Militar, é um espaço propriedade da Câmara Municipal de Lisboa que foi cedido à CTL por um período de longa duração (40 anos). A troco da cedência do espaço, então devoluto, as obras ficaram a cargo da empresa. Gonçalo Riscado fala num investimento global na casa dos “4 milhões e meio” de euros, dos quais 45% com recurso a financiamento bancário, 14% de apoio obtido através do programa PT2030 e 41% de “patrocínios e capitais próprios”.

Após um processo de requalificação total do edifício, o espaço abre portas a 19 de setembro com quatro andares e várias áreas dedicadas à programação cultural, restauração e lazer. Segundo um comunicado enviado esta quarta-feira às redações, a equipa e programação do Musicbox passará integralmente para a Casa Capitão.

Questionado sobre o papel que o Musicbox desempenhava na cidade de Lisboa, Gonçalo Riscado garante que o novo projeto vai “honrar esse espaço” e que “continuará o legado” do clube no Cais do Sodré. “A Casa Capitão vai dar espaço a novas bandas e novos projetos, acrescentado aqui o facto de poder programar não apenas música”, remata.

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