Publicado a
22/08/2025 – 8:52 GMT+2
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Cientistas britânicos conceberam uma nova forma de traçar o percurso maligno do cancro da mama através do corpo – utilizando diamantes.
Quando o cancro se espalha, a sua primeira paragem é frequentemente nos gânglios linfáticos próximos. Normalmente, os médicos utilizam marcadores radioativos ou corantes fluorescentes para tornar visíveis as células cancerosas e identificar o grau de metastização da doença.
Mas estas abordagens têm alguns inconvenientes: alguns doentes são alérgicos aos corantes e alguns hospitais não estão equipados para as precauções adicionais necessárias ao manuseamento de materiais radioactivos.
Agora, os investigadores criaram um novo tipo de sensor que, segundo eles, oferece uma alternativa não tóxica e não radioativa.
Durante ou antes da cirurgia do cancro da mama, os médicos poderiam injetar um líquido marcador magnético no tumor da paciente. O líquido viaja então para os gânglios linfáticos, juntamente com as células cancerígenas metastizadas.
Para localizar o fluido e identificar os gânglios que devem ser removidos cirurgicamente, os médicos recorreriam a um sensor de campo magnético com um diamante minúsculo na ponta, disseram os investigadores. Os diamantes têm centros de vacância de azoto, ou centros de cor, que podem detetar campos magnéticos.
Estes centros de cor “permitem que o diamante detete alterações muito pequenas no campo magnético e dão aos diamantes uma bela cor rosa”, afirmou Gavin Morley, um dos autores do estudo e professor de física na Universidade de Warwick, num comunicado.
A equipa de Morley reduziu a ponta do sensor a apenas 10 milímetros, o que, segundo eles, o torna o primeiro sensor de diamante capaz de encontrar fluido traçador magnético e, ao mesmo tempo, suficientemente pequeno para ser utilizado em cirurgias.
Os investigadores publicaram as suas descobertas na revista Physical Review Applied. Não revelaram qualquer financiamento da Endomagnetics Ltd, que fabrica o traçador magnético que utilizaram.
Stuart Robertson, cirurgião de cancro da mama em Inglaterra, afirmou que os sensores magnéticos são agora utilizados regularmente para identificar se o cancro da mama se espalhou.
A nova abordagem poderá ajudar a “otimizar ainda mais a tecnologia magnética”.