As tarifas sobre os automóveis europeus e componentes continuam em 27,5%, apesar do acordo comercial provisório assinado. Mas há solução.
© Fred Guerdin / European Union, 2025 / EC – Audiovisual Service
Existem novos desenvolvimentos sobre o acordo comercial provisório entre a União Europeia (UE) e os EUA, anunciado no final do mês passado. Só que não são particularmente animadores para a indústria automóvel.
Recorde que os dois blocos tinham anunciado um acordo que previa tarifas de 15% sobre a maioria dos produtos europeus, incluindo automóveis. Na prática, tal não se verificou.
© Audi (Audi Q3) A Alemanha tem sido um dos Estados-membros mais impactados pelas novas tarifas automóveis. No ano passado exportou para os EUA 30 mil milhões de dólares em automóveis novos e componentes.
A taxa de 15% será aplicada à generalidade dos bens da UE importados pelos EUA, mas produtos sujeitos a tarifas setoriais, como automóveis e componentes (27,5%) ou alumínio e aço (50%), ainda não estão abrangidos.
Para que os automóveis e componentes possam ser abrangidos pela tarifa de 15%, Bruxelas tem de apresentar formalmente uma proposta legislativa para eliminar as tarifas sobre produtos industriais norte-americanos e o fornecimento de acesso preferencial ao mercado europeu para uma ampla gama de frutos do mar e produtos agrícolas dos EUA.
Quando isso acontecer, espera-se que as reduções tarifárias (15%) entrem em vigor a partir do primeiro dia do mesmo mês em que a proposta legislativa da União Europeia for apresentada. Um membro sénior da administração de Trump terá dito que as novas tarifas poderão entrar em vigor dentro de semanas.
O que mais mudou?
Além dos automóveis, os EUA comprometeram-se a aplicar tarifas reduzidas ou isenção de tarifas a outros produtos europeus, incluindo aviões e peças de aviões, medicamentos genéricos e os seus ingredientes e alguns recursos naturais, como a cortiça — este último de particular interesse a Portugal, que tem nos EUA um dos principais mercados de exportação.
O compromisso de limitar as tarifas sobre produtos farmacêuticos europeus, semicondutores e madeira a 15% também foi renovado. O acordo abre ainda caminho para uma eventual redução das taxas de importação de aço e alumínio.
“Em relação ao aço, alumínio e seus produtos derivados, a União Europeia e os EUA pretendem considerar a possibilidade de cooperar para proteger os seus respectivos mercados internos contra o excesso de capacidade, garantindo, ao mesmo tempo, cadeias de fornecimento seguras entre si, inclusive por meio de soluções de cotas tarifárias”, pode ler-se no comunicado.
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