“Atos diários de apoio, sejam organizados ou de índole mais pessoal, podem ter um impacto cognitivo duradouro”, analisa o professor em desenvolvimento humano e ciências da família, da Universidade do Texas, Sae Hwang Han. A conclusão parte de um estudo que analisou a evolução de mais de 30 mil norte-americanos durante duas décadas e correlacionou o trabalho voluntário com fatores que avaliação de declínio cognitivo.
Segundo a análise, foi verificada uma taxa de perdas capacidades cognitivas associadas ao envelhecimento que caiu entre 15% e 20% no caso de pessoas que dedicavam entre duas a quatro horas semanais do seu tempo ao voluntariado ou, de um ponto de vista mais informal, a ajudar familiares e vizinhos fora de casa.
Os resultados, que podem ser consultados na revista Social Science & Medicine, deitam por terra a ideia de que a “ajuda informal oferece menos benefícios à saúde devido à falta de reconhecimento social”, mas não é bem assim, como aponta Sae Hwang Han. “Foi uma surpresa agradável descobrir que proporciona benefícios cognitivos comparáveis aos do voluntariado formal”.
Para chegar a estas conclusões, a equipa baseou-se em dados longitudinais do Estudo Nacional de Saúde e Aposentadoria coligidos desde 1998 e tendo por base pessoas com 51 anos e mais, residentes nos Estados Unidos da América. “Por outro lado, os nossos resultados mostram que a abstinência total da ajuda está associada a uma pior função cognitiva”, alerta o professor e investigador, citado em comunicado, que recomenda “a importância de manter os idosos envolvidos em alguma forma de ajuda durante o maior tempo possível, com apoios e adaptações adequadas”.