“Acredito que Zweig precisa ser mais conhecido em nossas escolas, sobretudo por conta de seu pacifismo e humanismo, que oferecem caminhos possíveis em tempos de crise. Ele já passou por isso antes, então a gente pode aprender com ele”, aposta o pesquisador, depois de uma década de estudos sobre o escritor.
Por acaso, um acervo na Biblioteca Central da UFU
Outro fato tem chamado a atenção de Geovane, desde que descobriu na própria UFU um acervo que pode trazer novos achados para sua pesquisa. “Eu descobri que aqui na Biblioteca Central Santa Mônica a gente tem uma coleção especial que foi doada pela família do Geraldo França de Lima, o imortal da Academia Brasileira de Letras, que nasceu em Araguari, morreu no Rio [de Janeiro], e foi quem apresentou o Stefan Zweig ao escritor francês Georges Bernanos, uma das últimas pessoas a conversar com Stefan Zweig em vida. O que a gente tem hoje é uma ficção sobre esse diálogo entre Zweig e Bernanos e eu estou analisando essa coleção, que contém livros, recortes de jornais, fitas cassetes”, relata.
Tendo vivenciado o período marcado por duas guerras e fugido da perseguição do regime nazista, Zweig é visto pelo pesquisador da UFU como um escritor que testemunhou atrocidades e apontou outras saídas. Em sua conferência durante o Simpósio Stefan Zweig no caleidoscópio do tempo, o pesquisador conclui que a atualidade do autor está em seu posicionamento humanista e pacifista. Segundo ele, o escritor “nos adverte acerca da nossa própria época, suas tensões, suas crises e seus perigos. Em um tempo em que democracias sofrem erosões, discursos de ódio se multiplicam e a desinformação ameaça o pacto civilizatório, relembrar Zweig significa que há alternativas éticas ao colapso”.
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