O Presidente russo, Vladimir Putin, terá definido novas exigências para acabar com a guerra na Ucrânia. De acordo com a agência Reuters, estas medidas tiram o país da NATO, excluem a presença de tropas estrangeiras e desenham um mapa do país sem as regiões de Donetsk e Luhansk — o chamado Donbass.
Apesar de exigir cedência de territórios ucranianos, estas novas exigências representam uma concessão russa, que até agora tinha sempre estabelecido a anexação do Donbass e das regiões de Zaporíjia e Kherson, a maioria das quais controla militarmente, como condições para aceitar parar a invasão do país.
Por outro lado, os requisitos russos da Ucrânia fora da NATO e sem presença militar estrangeira não são novos, tal como limites à capacidade do exército de Kiev — tudo temas nos quais Moscovo não cede.
A Reuters, citando três fontes próximas do Kremlin, afirmou que esteve em cima da mesa uma procura para “um compromisso para Ucrânia” na reunião da semana passa realizada em Anchorage, no estado norte-americano do Alasca, entre o Putin e o homólogo norte-americano, Donald Trump.
Para além do Donbass, o Kremlin abriu a porta a paralisar as linhas de batalha nas ocupações que tem em Zaporíjia e Kherson — 73% dos quais estão sob ocupação russa, segundo a agência. Já as zonas mais pequenas que a Rússia controla nas regiões de Kharkiv, Sumy e Dnipropetrovsk, seriam devolvidas à Ucrânia.
Em declarações aos jornalistas, o Presidente ucraniano tinha esta quinta-feira rejeitado totalmente abandonar as regiões que a Rússia quer conquistar, localizadas no leste do país.
“Esta não é apenas uma questão constitucional. É uma questão de sobrevivência do nosso país, envolvendo as linhas defensivas mais fortes e as distâncias até aos centros industriais. Se Putin conquistar este território, tentará avançar ainda mais, independentemente de assinar ou não qualquer acordo”, avisou Volodymyr Zelensky, citada pelo órgão United24.
O próprio Presidente dos EUA, Donald Trump, tinha incentivado a Ucrânia a atacar de volta, se queria eventualmente vencer e afastar a invasão da Rússia.
“É muito difícil, se não impossível, ganhar uma guerra sem atacar um país invasor“, declarou Trump, que na sua rede social, Truth Social, comparou o contexto militar da Ucrânia a “uma grande equipa que tem uma defesa fantástica, mas que não é autorizada a jogar ao ataque”.
“Não tem hipótese de ganhar!”, sentenciou.