Suspeito tem ligações aos serviços secretos e às forças especiais do exército da Ucrânia. Acabou por ser apanhado numa cidade com pouco mais de cinco mil habitantes
Os Carabinieri entraram-lhe pelo quarto de hotel adentro e o homem não tentou resistir. Há novos pormenores sobre o caso do homem detido por suspeitas de sabotagem do cabo Nord Stream, que ligava a Rússia à Europa e foi, durante anos, uma infraestrutura crucial para a segurança energética do Velho Continente.
De acordo com a Sky News, que cita fonte envolvida na investigação, o homem em causa, que já se sabia ser de nacionalidade ucraniana, tem um passado ligado às forças ucranianas.
Escreve a publicação britânica que Serhii K., como foi nomeado, serviu nos serviços secretos e nas forças especiais do exército da Ucrânia. No entanto, não foi possível perceber se ainda mantinha ligações àquelas entidades em setembro de 2022, quando se deram os ataques aos gasodutos.
O homem, de 49 anos, foi apanhado num bungalow do hotel La Pescaccia, em San Clemente, uma cidade com pouco mais de cinco mil habitantes na província italiana de Rimini.
Foi detido após um mandato emitido pelas autoridades alemãs, que investigam o caso desde o primeiro dia, já que o ato de sabotagem ocorreu ao largo da Alemanha e até foi da cidade de Rostock que o veleiro utilizado partiu.
Para já, a Ucrânia continua sem comentar o caso, não sendo possível fazer uma ligação direta entre o homem detido e o regime de Kiev.
Quanto a Serhii K., chegou à costa italiana do lado do Mar Adriático nesta mesma semana, prevendo passar umas férias no país com a mulher e os dois filhos, com quem foi encontrado.
Sobre o sítio onde vivia, as autoridades não conseguiram chegar a uma conclusão, mas um dos membros da família tinha um bilhete emitido na Polónia. Além disso, Serhii K. foi encontrado na posse de um carro com matrícula ucraniana, no qual terá passado a fronteira para Itália na terça-feira.
Consigo tinha o passaporte e um documento de identificação válido, que utilizou para dar entrada no hotel, o que serviu como alerta para a polícia, que destacou imediatamente os seus agentes para o local.
Serhii K. está agora numa prisão em Bolonha, onde aguarda uma audiência para ser extraditado para a Alemanha, algo que o cidadão ucraniano não quer.
Questionado pelas autoridades italianas, negou todas as acusações e até garantiu que estava na Ucrânia na altura da sabotagem.
A próxima audiência está marcada para 3 de setembro, mas a posição do homem pode dificultar todo o processo.