Poucos dias após restringir os recursos do WhatsApp e do Telegram, a Rússia ordenou que todos os telemóveis e tablets sejam vendidos, no país, com a aplicação Max pré-instalada. O serviço de mensagens é apoiado pelo Estado e amplamente visto como uma ferramenta de vigilância.

Max, aplicação de mensagens apoiada pelo Governo da Rússia

A Rússia exige, desde 2021, que todos os smartphones, tablets e computadores tenham software nacional instalado, num esforço para, conforme alertado pelos críticos, restringir a liberdade online e monitorizar a atividade dos cidadãos.

Além disso, há anos que o país procura combater os serviços de mensagens estrangeiros, ao mesmo tempo que promove os equivalentes nacionais.

Mais recentemente, a Rússia ordenou que todos os dispositivos vendidos no país tenham a aplicação de mensagens Max pré-instalada.

 

App apoiada pelo governo da Rússia tem de estar em todos os dispositivos

Segundo a informação avançada pelo The Moscow Times, o Max substituirá uma aplicação de mensagens independente, criada pela gigante tecnológica russa VK. O software é de pré-instalação obrigatória nos dispositivos desde 2023.

A nova aplicação será integrada nos serviços governamentais, e será adicionada à lista de aplicações pré-instaladas obrigatórias logo no dia 1 de setembro.

Conforme previsto, na mesma data, a RuStore, loja de aplicações doméstica da Rússia, deverá estar pré-instalada em todos os dispositivos Apple, uma vez que já está pré-instalada em todos os dispositivos Android.

Recentemente, também, a Rússia exigiu que os funcionários do governo e legisladores migrassem os seus canais do Telegram para o Max, após a Roskomnadzor, reguladora dos mass media russos, dizer que estavam a ser tomadas medidas para restringir chamadas de voz no WhatsApp e no Telegram, “para combater criminosos”.

Conforme acusado pela Rússia, essas aplicações estrangeiras, que juntas reúnem quase 200 milhões de utilizadores no país, não partilham informações com as autoridades policiais em casos de fraude e terrorismo.

Perante esta acusação, a Rússia terá decidido não bloquear total e imediatamente as duas aplicações de mensagens, mas antes começar por proibir recursos, como as chamadas de voz.

Segundo as autoridades russas, o controlo mais rígido sobre as atividades online dos cidadãos é necessário, por forma a prevenir o terrorismo e proteger as crianças.

Para os opositores, na realidade, as medidas têm pouco que ver com a proteção das pessoas.