“Putin está pronto para se encontrar com Zelensky quando a agenda da cimeira estiver pronta”, mas nesta fase “não está previsto qualquer encontro” entre os dois, declarou Lavrov em entrevista à estação NBC.

Segundo o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, os Estados Unidos gostariam que ambas as partes aceitassem “vários princípios” para uma futura resolução do conflito, nomeadamente a não adesão da Ucrânia à NATO e a discussão de trocas territoriais.

“Mas Zelensky disse ‘não’ a tudo isso”, criticou Lavrov. Esta semana, o responsável tinha já acusado Kiev de não querer uma “solução justa e duradoura” para a guerra.O presidente ucraniano recusou, esta semana, uma proposta russa para se encontrar com Vladimir Putin em Moscovo.


Volodymyr Zelensky, que afirmou em várias ocasiões nos últimos meses que estava pronto para se encontrar com Putin, acusou na quinta-feira a Rússia de “fazer tudo para impedir que este encontro se realize”.

Os preparativos para uma eventual reunião entre Putin e Zelensky têm estado no centro dos esforços diplomáticos de Donald Trump, que na semana passada esteve com o presidente russo no Alasca e esta segunda-feira se encontrou com o líder ucraniano e os aliados europeus na Casa Branca.

Esta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos disse, porém, que preferia não estar presente numa conversa com os homólogos russo e ucraniano e reconheceu que reunir ambos é uma tarefa difícil.


“Veremos se Putin e Zelensky trabalham juntos. É um pouco como o azeite e o vinagre. Não se dão muito bem, por razões óbvias”, declarou aos jornalistas em Washington.


Rutte de visita à Ucrânia

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, está neste momento de visita à Ucrânia, onde voltou a frisar a necessidade de “sólidas garantias de segurança” para assegurar que a Rússia “nunca mais tente apoderar-se de um único quilómetro quadrado do território ucraniano”.

Zelensky disse, por sua vez, que alcançar estas garantias é um trabalho “muito difícil”.

“É demasiado cedo para dizer quem poderá fornecer pessoal militar, quem poderá fornecer informações, quem estará presente no mar ou no ar e quem está preparado para fornecer financiamento”, explicou.

Entretanto, no terreno, a Rússia tem acelerado os seus avanços. Na semana passada, o Exército russo reivindicou três novas cidades na região de Donetsk.

c/ agências