“O relatório do IPC (Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar) é uma mentira descarada. Israel não tem uma política de combate à fome. Israel tem uma política de prevenção da fome“, refere um comunicado do gabinete de Netanyahu.
“Desde o início da guerra, Israel permitiu a entrada de dois milhões de toneladas de ajuda na Faixa de Gaza, mais de uma tonelada de ajuda por pessoa”, assegurou o primeiro-ministro.
Segundo o líder israelita, “as únicas pessoas que estão a passar fome deliberadamente em Gaza são os reféns israelitas” detidos pelo Hamas.
As Nações Unidas declararam oficialmente esta sexta-feira a fome em Gaza, afirmando que esta “poderia ter sido evitada” sem “a obstrução sistemática de Israel”.
O primeiro-ministro israelita lamentou que o relatório da ONU “ignore os esforços humanitários de Israel e o roubo sistemático de ajuda por parte do Hamas”, alertando que “foram estes roubos que causaram a escassez temporária, que Israel ultrapassou graças às suas ações”.
Fome “poderia ter sido evitada”
Segundo o Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC), cerca de 514 mil pessoas – aproximadamente um quarto dos palestinianos em Gaza – estão a passar fome, prevendo-se que esse número aumente para 641 mil até ao final de setembro.
A fome “poderia ter sido evitada” se não fosse a “obstrução israelita sistemática”, acusou o responsável pelas operações humanitárias das Nações Unidas, Tom Fletcher, esta sexta-feira.
A declaração de fome por parte da ONU chega após meses de alertas sobre a fome generalizada no território palestiniano, devastado pelos ataques de Israel desde outubro de 2023.
Também a Cruz Vermelha apelou a Israel que, enquanto potência ocupante, “satisfaça as necessidades básicas” dos habitantes de Gaza.
Já o Hamas apelou a uma “ação imediata da ONU” para pôr fim à ofensiva israelita pediu a “abertura sem restrições dos postos de passagem” para a “entrada urgente e contínua de alimentos, medicamentos, água e combustível”.
c/ agências