Dr. Diogo Pereira Forjaz | Fotografia: D.R.
Apesar dos inúmeros benefícios que a exposição solar traz para a saúde, as consequências negativas surgem quando a exposição nas horas de maior intensidade da radiação solar é deliberada e excessiva, com o intuito de obter uma tonalidade bronzeada.
O uso diário de protetor solar é fundamental em várias situações de exposição mais intensa, como por exemplo na piscina ou na praia, mas não só. A sua utilização regular tem como objetivo garantir a saúde da pele e prevenir queimaduras solares, bem como outros problemas dermatológicos graves.
Sabemos que a radiação solar em excesso pode provocar o envelhecimento prematuro da pele, com perda da elasticidade e aparecimento de rugas, sinais e manchas inestéticas e, em casos mais graves, aumentar o risco de cancro de pele.
A radiação ultravioleta UVA e UVB penetra na pele, danifica o DNA das células, provocando potenciais danos que se acumulam ao longo do tempo. Embora a exposição solar apresente certos efeitos benéficos, como o aumento da estimulação da produção de vitamina D, a melhoria do humor, o reforço do sistema imunitário ou a regulação do ritmo biológico, a proteção adequada é essencial para prevenir lesões associadas. É, por isso, necessário ter em atenção uma exposição solar consciente por forma a prevenir a nossa saúde e, em concreto, a nossa pele.
O protetor solar ideal a ser utilizado depende do fototipo (tipo de pele) de cada pessoa. Peles claras, sensíveis ou com antecedentes de doenças cutâneas necessitam de maior proteção, geralmente do tipo FPS 50. Por outro lado, peles mais escuras podem optar por FPS 30. No entanto, é sempre recomendada a sua aplicação de forma regular.
Relativamente aos produtos dermo-cosméticos solares disponíveis no mercado, existem os que contêm filtros químicos que absorvem a radiação UV, e os que apresentam filtros minerais, que formam uma barreira na pele, refletindo parte dessa radiação.
Estes últimos são especialmente indicados para peles sensíveis ou alérgicas e são, sem dúvida, a opção mais recomendada durante a gravidez e para crianças. Também é de evitar protetores solares com ingredientes irritantes como perfumes, pois podem aumentar a sensibilidade da pele ao sol.
A proteção solar não se resume apenas à aplicação de dermo-cosméticos solares. Também são de considerar as importantes barreiras físicas, como os chapéus de abas largas, os óculos de sol com proteção UV e as roupas longas adequadas.
No Verão, a aplicação do protetor solar deverá ser reaplicada a cada duas horas, especialmente após episódios de excessiva transpiração ou depois dos banhos no mar ou piscina. Importa relembrar que mesmo em dias nublados ou à sombra, parte da radiação UV tem capacidade de atingir a pele.
Entre as curiosidades equivocadas mais comuns, destacam-se a ideia de que a pele morena não necessita de protetor solar e que, no inverno, não existe risco de desenvolvimento de danos cutâneos provenientes do sol. No entanto, a radiação ultravioleta está presente durante todo o ano e afeta todos os tipos e tons de pele.
A aplicação do protetor solar deverá ser encarada como um hábito diário, integrado na rotina de cuidados da pele em todas as idades, por forma a proporcionar um impacto essencial na saúde e a na aparência da pele.
Assim, recomenda-se uma consulta regular com um médico especialista em dermatologia para orientações específicas e diagnósticas, bem como a realização de tratamentos preventivos e eventualmente curativos no caso de necessidade.