Depois das chegadas de Dominik Prpic e Jan Bednarek, que se juntaram a Nehuén Pérez, Francesco Farioli tem bem identificado o alvo para fechar o quarteto de defesas-centrais com os quais pretende contar no plantel do FC Porto.
Jakub Kiwior é o escolhido pelo italiano para completar o lote de centrais dos azuis e brancos, que deverá ficar composto por dois esquerdinos e dois destros. Canhoto, tal como Prpic, o polaco de 25 anos, internacional A em 35 ocasiões (dois golos), tem características que agradam bastante ao técnico e ainda oferece versatilidade na lateral-esquerda.
Mas antes, importa realçar o percurso feito a pulso pelo defesa dos gunners, que está habituado a viver longe do país natal…
No verão de 2016, Kiwior abandonou a Polónia, onde atuava no modesto GKS Tychy, clube da terra onde nasceu, para rumar ao Anderlecht, gigante de Bruxelas conhecido pela formação de excelência e de onde saíram craques do futebol mundial como Youri Tielemans, Vincent Kompany, Romelu Lukaku ou Jérémy Doku.
Porém, a experiência do esquerdino em solo belga acabou por ser de curta duração, já que, pouco mais de dois anos depois, os eslovacos do Podbrezová bateram à porta e o defesa aceitou a mudança, com perspetivas de evoluir e integrar um plantel sénior num primeiro escalão europeu.
A aventura no Podbrezová também não durou muito tempo: Kiwior despertou o interesse do MSK Zilina, um dos maiores clubes da Eslováquia, e completou a mudança em agosto de 2019, a troco de 250 mil euros.
MSK Zilina foi a casa de Kiwior durante dois anos (IMAGO)
Foi no emblema de Zilina que o polaco deu o maior salto e cresceu a olhos vistos, afirmando-se como titular indiscutível no eixo defensivo da equipa com apenas 20 anos. Sempre atenta ao mercado eslovaco, a Serie A foi rápida a detetar o jogador e o Spezia não demorou a contratá-lo, em 2021, por 2,4 milhões de euros.
Na primeira experiência numa liga europeia top-5, Kiwior não acusou a pressão e voltou a brilhar, totalizando 43 partidas numa temporada e meia. Quem acompanhou a evolução do defesa e já o tinha debaixo de olho foi o Arsenal, que acabou por desembolsar 19,5 milhões de euros para adquirir os seus serviços no mercado de inverno de 2023.
Kiwior estreou-se pela seleção A da Polónia em junho de 2022 (IMAGO)
Em Londres, tem tido utilização intermitente por parte de Mikel Arteta. Nas últimas duas épocas, somou 30 jogos em cada uma (60 no total), mas apenas 39 como titular. Na temporada transata, porém, foi opção regular nos gunners na reta final da Premier League, período em que Gabriel Magalhães esteve afastado dos relvados devido a lesão.
Fisicamente forte, capaz no passe e inteligente nas ações com e sem bola, o canhoto reúne atributos que agradam bastante a Farioli e há ainda outro fator que pode jogar a favor do (ainda) jogador do Arsenal: o facto de conhecer muito bem Bednarek, compatriota com quem partilha balneário na seleção polaca.
Os dois formaram parceria no trio defensivo, juntamente com Mateusz Skrzypczak, e foram titulares no último encontro da equipa orientada por Michal Probierz, frente à Finlândia (1-2), a contar para a qualificação para o Mundial 2026, em junho. Podem agora repetir essa ligação em Portugal, com as cores azuis e brancas.
Ainda sem acordo alcançado entre as partes, as negociações devem prosseguir (e chegar a bom porto) apenas depois do duelo dos dragões frente ao Casa Pia, que, recorde-se, está agendado para domingo, às 18h00.
Com a aproximação do fecho do mercado, a SAD portista vai ultimando a constituição do plantel para 2025/26 e espera dar mais uma arma de peso a Farioli, ao mesmo tempo que arruma a casa e resolve os dossiês mais prementes relativamente aos excedentários.