Pelas 15h45 deste sábado, 2730 operacionais, apoiados de 845 meios terrestres e 27 aeronaves combatiam as chamas em Portugal continental. A maioria das 39 ocorrências encontrava-se em fase de resolução ou conclusão, mas Arganil continuava a gerar preocupação. Dois incêndios deflagraram em Pedrógão Grande e a região devastada em 2017 já é a segunda ocorrência mais significativa.

Um incêndio terá começado em Pedrógão pelas 14h27 deste sábado e contabilizavam-se 248 operacionais, com 69 veículos e 12 aeronaves. As chamas obrigaram ao corte do Itinerário Complementar (IC) 8, nos dois sentidos, entre os quilómetros 88 e 92. No mesmo concelho, na freguesia da Graça, deflagrou um segundo, pelas 15h21. Às 16h08, estariam neste último 150 operacionais, apoiados por 42 meios terrestres e uma aeronave.

Chamas em Seia mais intensas. Piódão com mais de 1500 operacionais.

Também o fogo em Alvoco da Serra, no concelho de Seia, está a lavrar com mais intensidade. No entanto, não constitui, de momento, perigo para a população, avançou à Lusa o presidente daquela freguesia.

“As chamas estão mais activas. A situação ainda está muito complicada em Alvoco da Serra”, explicou Carlos Marques. “Já ardeu quase tudo, mas o fogo virou para os flancos, onde ainda há o que arder”, acrescentou.

Apesar da intensificação desta frente, o autarca acredita que a situação poderá ficar resolvida ao final do dia quando, possivelmente, deixar de haver combustível para que continue a queimar.

Este incêndio teve origem no Piódão, em Arganil, distrito de Coimbra, a 13 de Agosto, e acabou por se estender a este concelho, assim como a Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra e Castelo Branco, Covilhã e Fundão, no distrito de Castelo Branco.

O incêndio de Arganil continua assim a concentrar grande parte das atenções da Protecção Civil este sábado. Pelas 15h45, o site ​da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) registava 1550 operacionais envolvidos no combate, apoiados de 516 meios terrestres e 11 aeronaves.

Na noite de sexta-feira, a Câmara da Covilhã, localidade para onde este fogo também se alastrou, anunciou que a maior parte do perímetro do fogo se encontrava “dominado”, mantendo-se “apenas uma frente activa, mas controlada, no vale de Alforfa, que vai de Unhais para a Barragem do Padre Alfredo”, destacou a autarquia na rede social Facebook.

O Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) manteve este sábado o risco de incêndio “máximo”, “muito elevado” ou “elevado” em muitos concelhos do interior norte e centro, bem como do Algarve.

Prevê-se céu limpo ou pouco nublado, com mais nebulosidade e formação de neblina ou nevoeiro no litoral oeste, bem como uma pequena subida de temperatura no interior.

Castelo Branco deverá registar a temperatura mais elevada, com 37 graus Celsius, seguido de Évora, com 36º, e Beja, com 35º. No domingo, há a possibilidade de aguaceiros.

Este sábado, morreu uma quarta pessoa vítima da vaga de incêndios das últimas semanas, que também provocou vários feridos, alguns com gravidade, destruindo total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal activou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem mais dois aviões Canadair.

Segundo dados oficiais provisórios, até 22 de Agosto arderam cerca de 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.