Numa “carta aberta aos que combatem o fogo”, divulgada no Facebook, lê-se uma dedicatória aos “bombeiros deste país”: “Os que enfrentam o que ninguém quer enfrentar. Os que entram quando todos fogem. Os que caminham contra o calor, contra o fumo, contra o medo.”
Segundo o “post”, estes profissionais estão longe de ser “tratados como merecem”, uma vez que “não são pagos como deviam” e “nem sequer têm a sua profissão reconhecida como sendo de risco”.
“Um bombeiro voluntário, integrado no combate aos incêndios, recebe apenas 2,86€ à hora. É esse o valor que o Estado português atribui a uma vida em risco. Dois euros e oitenta e seis cêntimos para quem arrisca tudo”, descreve a publicação. É verdade?
Antes de mais, convém esclarecer que, como diz o nome, os bombeiros voluntários não auferem um salário, mas sim uma compensação diária que corresponde não a 8 ou a 12 mas sim a 24 horas de trabalho. Neste momento, essa compensação, para os bombeiros voluntários integrados no combate aos incêndios, é de 75 euros, ou seja, de 3,1 euros à hora.
O valor é agora maior do que em 2024, quando os bombeiros voluntários tinham direito a apenas 2,80 euros por hora.
Quanto aos bombeiros sapadores, a remuneração base mensal a auferir é, em 2025, de 1.074 euros (no mais baixo índice remuneratório), ou seja, cerca de 7 euros por hora. Recorde-se que este salário integra uma componente relativa ao ónus específico da prestação de trabalho, risco e disponibilidade permanente inerentes às funções exercidas.
Em suma, o valor indicado na publicação está apenas desatualizado. Ainda assim, fica próximo do montante atual pago aos bombeiros voluntários.
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Avaliação do Polígrafo: