Marcelo Rebelo de Sousa falou esta tarde aos jornalistas após marcar presença, em Mirandela, nas cerimónias fúnebres da quarta vítima mortal dos incêndios florestais deste ano. “As populações foram excepcionais” no apoio aos bombeiros, destacou o Presidente da República.

Questionado sobre “o que é que falhou”, considerou que “não é um problema do que é que falhou, mas do que é preciso fazer ainda melhor. Fazer ainda melhor o quê? É evidente, sensibilizar todo o país que aceita facilmente que, para circular numa grande metrópole, sejam investidos 300 ou 400 milhões de euros nessa circulação, e não percebe que é tão urgente investir 300 ou 400 milhões na prevenção dos fogos“.

“Tem que se repensar totalmente essa prevenção?”, perguntou um jornalista. “Não é só pensar a prevenção, é pensar na solidariedade que tem de haver para que o país todo compreenda que prevenir permanentemente, como estavam ali aqueles sapadores, aqueles sapadores florestais ganham umas centenas de euros. E todo o ano estão permanentemente a prevenir”, exemplificou Rebelo de Sousa.

Esta última alegação tem fundamento?

Desde há largos anos que os sapadores florestais reivindicam a sua integração na carreira de sapadores bombeiros florestais. Permanecem contudo na base do sistema remuneratório da Administração Pública, auferindo o salário mínimo nacional: 878,41 euros por mês.

Os sapadores florestais não têm direito a subsídio de risco e, de acordo com informação divulgada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), trata-se de um trabalhador especializado com perfil e formação específica adequados ao exercício das funções de gestão florestal e de defesa da floresta.

Por seu lado, os sapadores bombeiros florestais têm uma remuneração mais elevada, mas não muito: começam por receber 769,20 euros durante a fase de estágio e depois passam a receber 1.023,22 euros no início da carreira.

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