Fios no travesseiro, acúmulo no ralo do chuveiro e falhas visíveis no couro cabeludo se tornaram sinais preocupantes para um número crescente de pessoas. Especialistas apontam que as causas da queda de cabelo são multifatoriais e envolvem desde estresse até alterações hormonais e deficiências nutricionais.

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Fatores como poluição, predisposição genética, doenças autoimunes e o uso de químicas agressivas também estão entre os principais gatilhos da queda de cabelos. Em muitos casos, há sobreposição de causas, o que torna o tratamento genérico pouco eficaz.

“A queda de cabelo não deve ser tratada com fórmulas prontas, cada paciente carrega um histórico que influencia diretamente na saúde dos fios. Entender a origem do problema é essencial para definir uma conduta eficaz. A investigação clínica e laboratorial é o primeiro passo para um tratamento que respeite as necessidades reais do couro cabeludo”, afirma a dermatologista Mayla Carbone.

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Com o avanço da dermatologia, as terapias capilares passaram a atuar tanto na causa da queda quanto na recuperação dos fios. Procedimentos como microinfusão de medicamentos, bioestimulação a laser, suplementação oral e formulações tópicas personalizadas permitem estratégias mais completas, que vão além da superfície e tratam também o couro cabeludo.

“A terapia capilar moderna combina diferentes técnicas com foco em estimular a saúde local e reverter o afinamento progressivo. Não se trata apenas de interromper a queda, mas de devolver força, brilho e densidade aos fios. A associação de ativos adequados e tecnologias permite alcançar resultados consistentes e visíveis com menos tempo de resposta”, explica a especialista, que também é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Fator emocional

A influência emocional é outro fator determinante que muitas vezes é subestimado. Situações de estresse intenso, luto, exaustão e ansiedade podem afetar diretamente o ciclo capilar. Os fios funcionam como um espelho da saúde geral do organismo, reagindo de forma atrasada a períodos críticos e exigindo paciência e cuidado para que o quadro seja revertido com sucesso.

“Quando um paciente chega relatando queda capilar, é preciso olhar para além do couro cabeludo. O fio é reflexo do que acontece dentro do corpo. Avaliar sono, alimentação, estresse e hábitos diários faz parte do tratamento. A pele e o cabelo respondem ao que vivemos e expressam, muitas vezes em silêncio, desequilíbrios que se acumulam com o tempo”, reforça.

A dermatologista lembra que qualquer alteração persistente nos cabelos deve ser avaliada por um especialista. Produtos comprados sem indicação podem piorar o quadro e mascarar causas mais sérias. O tratamento ideal é aquele construído com base em diagnóstico, compatível com a realidade do paciente e adaptável à evolução clínica ao longo do processo.

“O fio de cabelo saudável é fruto de uma combinação de fatores. Genética, hormônios, nutrição e hábitos se encontram na raiz do problema. A dermatologia tem ferramentas para tratar com precisão, mas o paciente precisa estar disposto a mudar também sua rotina. Cuidar da saúde capilar é respeitar o tempo do corpo e escolher caminhos consistentes”, finaliza Mayla.