Autoridades locais palestinianas denunciaram este domingo que colonos israelitas, com a cumplicidade do Exército de Israel, devastaram desde quinta-feira pelo menos 30 hectares de oliveiras na localidade de Al-Mughayir, a norte de Ramallah, na Cisjordânia, cenário de uma operação de cerco e repressão enquanto escavadoras israelitas pavimentam uma estrada entre colonatos.
Responsáveis locais explicaram à agência oficial de notícias palestiniana WAFA que a estrada, que atravessa Rafid até Qalasoun, provocou a destruição de milhares de oliveiras e devastou “a planície oriental” da localidade. Denunciam ainda que o Exército israelita manteve a população cercada até à madrugada de hoje, numa operação que resultou na detenção de numerosos palestinianos.
No passado dia 21 de Agosto, um colono israelita denunciou ter sido agredido por palestinianos precisamente na planície oriental da localidade, o que levou o Exército a lançar uma operação na zona. O chefe do conselho local, Amin Abu Aliya, já então denunciava a destruição de oliveiras com recurso a escavadoras, invasões de casas, roubo de dinheiro e jóias e danos em viaturas.
Residentes de colonatos locais detiveram um palestiniano suspeito de abrir fogo contra um grupo de civis israelitas perto do colonato de Adei Ad. O palestiniano, de 30 anos, residente em Al-Mughayir, teria disparado contra os israelitas — sem atingir ninguém — antes de iniciar um confronto físico durante o qual um homem israelita ficou ligeiramente ferido.
Na noite de quinta-feira, o chefe do Comando Central do Exército israelita, general Avi Bluth, declarou que a localidade iria pagar “um preço elevado” pelos incidentes violentos. “Cada população e cada inimigo devem saber que, se atacarem os residentes, pagarão um preço elevado; ser-lhes-á imposto um recolher obrigatório, a zona será encerrada e serão sujeitados a ‘operações de ajuste de contas’”, afirmou, aparentemente em referência ao arrancar das árvores, segundo o Times of Israel.
Desde a madrugada de sexta-feira, segundo o responsável local, os militares detiveram pelo menos sete jovens, incluindo irmãos de Hamdan Abu Aliya, de 18 anos, que morreu a 16 de Agosto, atingido por disparos do Exército israelita. Os militares alegaram ter actuado em legítima defesa depois de jovens da zona terem atacado as suas forças com cocktails Molotov.