O Banco de Portugal emitiu esta sexta-feira um comunicado relativamente à sociedade FNBC Invest, Lda, com sede em Barcelos, apontando que a mesma não se encontra habilitada a exercer, em Portugal, qualquer atividade financeira sujeita a supervisão.
A sociedade em causa, com sede no parque industrial do Aldão, em Vila Frescaínha São Martinho, colocou uma ação no Tribunal de Braga a reclamar uma indemnização de 10.087.404.548,07 euros ao Novobanco, mas o banco alega que é uma tentativa de burla com falsificação de documentos.
“O Banco de Portugal adverte que a sociedade FNBC Invest, Lda., que atua em nome próprio ou sob a marca “Seven Bank”, designadamente através dos sítios na internet https://fnbc.pt/, https://fnbcinvest.com/ e https://sevenbank.pt/, não se encontra habilitada a exercer, em Portugal, qualquer atividade financeira reservada às instituições sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, nomeadamente a receber depósitos ou outros fundos reembolsáveis, a conceder crédito e a prestar serviços de pagamento”, lê-se no documento publicado no ‘site’ da instituição.
Acrescenta ainda que “as atividades de receção de depósitos e outros fundos reembolsáveis, de concessão de crédito e de prestação de serviços de pagamento (…) estão reservadas às entidades habilitadas a exercê-las”.
Acusa o Novobanco de reter cinco mil milhões de euros
A sociedade em causa assume-se como prestadora de serviços financeiros e acusa o Novobanco de estar a reter cinco mil milhões de euros numa transferência proveniente da Alemanha em nome do sócio Carlos Manuel Carvalho, que detém 97% da empresa.
No ‘site’ da sociedade, consultado por O MINHO, a mesma também se assume como um banco digital: “Com 15 anos de serviço dedicado, o nosso banco traz experiência para as suas necessidades financeiras”, lê-se. Vendem também cartões de crédito e anunciaram recentemente o lançamento da SevenBankCoin, uma criptomoeda.
Terá sido criada em Vila Franca de Xira, em 2020, mas entretanto mudou a sede para Barcelos.
O sócio maioritário da empresa afirma que os ditos cinco mil milhões de euros estão retidos desde março de 2022, depois de a sociedade ter efetuado um negócio com outra sociedade alemã, relativamente a títulos de dívida pública da Alemanha.
Mas o Novobanco diz não ter dúvidas que é uma tentativa de fraude com “burla qualificada e falsificação de documentos”, apontando como exemplo o próprio recibo de uma suposta transferência de 10 mil milhões de euros entre o Deutche Banke e o Novo Banco.
O caso prossegue na justiça.