Quando Jimmy Page decidiu transformar as cinzas do Yardbirds em um novo projeto, sabia que precisava montar uma formação sólida. Para o vocal, apostou em Robert Plant, que já circulava com destaque na cena de Birmingham. Mas Plant trouxe uma indicação extra: seu amigo Mac Poole, um baterista experiente, que naquele momento parecia a escolha natural.
Led Zeppelin – Mais NovidadesFoto: Led Zeppelin – Wikimedia – Public Domain
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O convite, no entanto, foi recebido de maneira quase trivial. “Robert colocou de maneira bem simples. Ele disse: ‘Estou fazendo umas sessões com um cara chamado Jimmy Page, vamos montar uma banda chamada New Yardbirds e precisamos de um baterista'”, recordou Poole no livro “Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra”, de Mick Wall (Amazon), conforme relembra a Far Out. Sem imaginar a dimensão do que estava por vir, ele recusou: “Já tinha minha própria banda, com contrato e tudo”. Essa resposta, aparentemente comum, acabou marcando para sempre sua trajetória.
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O posto ficou com John Bonham, outro conhecido de Plant. E foi justamente a entrada de Bonham que consolidou a química definitiva que transformaria os New Yardbirds em Led Zeppelin. Poole, por sua vez, seguiu carreira em grupos como Warhorse (ao lado do ex-Deep Purple Nick Simper), Big Bertha, Gong e Fandango. Tocou muito, manteve-se ativo por décadas, mas sempre carregou a sombra daquela escolha.
Apesar da decisão, Mac manteve boas relações dentro da cena. Era próximo de Bonham e chegou a trocar bandas e experiências com ele, lembrando inclusive do carinho do baterista pelo filho Jason: “Seu pai realmente pensava o mundo de você. Foi um pai orgulhoso”. Essas memórias mostram que Poole nunca se afastou totalmente do círculo que poderia ter mudado seu destino.
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Em 2015, aos 68 anos, Mac Poole faleceu após longa luta contra um câncer de garganta, relatou na época a Ultimate Guitar. Amigos e colegas lembraram dele como um músico generoso e confiável, que esteve presente em diferentes fases da cena britânica. Mas a lembrança inevitável sempre voltava: aquele dia em que disse “não” a Robert Plant.
É impossível não pensar no que teria acontecido caso tivesse topado. Castelos, jatos particulares, centenas de milhões de discos vendidos – tudo isso poderia ter feito parte de sua vida. E, claro, o Led Zeppelin teria sido uma banda diferente com ele no posto – não vamos entrar no mérito se “pior” ou “melhor”. Mas, para Mac, foi apenas mais uma decisão cotidiana, tomada sem grandes cálculos. Um “não” casual que se transformou no maior “e se…” da sua carreira.
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