São Paulo
Escritores e artistas lamentaram a morte do cartunista Jaguar neste domingo (24). Ele foi um dos fundadores do jornal Pasquim, veículo de oposição à ditadura militar lançado em 1969. Estava internado com uma infecção respiratória em hospital no Rio de Janeiro.
Cláudio de Oliveira, chargista da Folha, diz ao jornal por que não dormiu com Jaguar, após evento no Salão de Humor de Campina Grande, na Paraíba, em junho de 1989.
“Dividimos o quarto. Cumpridas as obrigações que nos levaram ao Salão, eu me recolhi para descansar. Mas a noite era uma criança para Jaguar! Cruzamo-nos no hall do hotel na manhã seguinte, sol alto, eu saindo para uma entrevista em um programa matinal de TV e ele chegando da noitada! Assim que nunca dormi com Jaguar! Tive a muita satisfação em encontrá-lo em outros salões, e sempre dei muita risada! Jaguar foi uma das pessoas mais genuinamente engraçadas que conheci! E seu trabalho genial, crítico e debochado!”, diz.
O chargista Chico Caruso chamou Jaguar de “melhor cartunista brasileiro e meu amigo querido”. “É uma perda irreparável para o humor e para o Brasil”, disse em entrevista ao Globonews.
Laerte, cartunista da Folha, exaltou o legado histórico de Jaguar entre o meio e compartilhou memória. “O Pasquim, como um todo, era uma espécie de Monte Olimpo, e Jaguar era um deus muito especial, acolhedor. Sempre deu uma palavra de incentivo”, disse também ao Globonews.
Os escritores Luiz Pimentel e Afonso Borges, o sociólogo Rudá Ricci e o cartunista Adão Iturrusgarai também lamentaram a morte.