O criador de moda e empresário português construiu um portefólio imobiliário de luxo: é dono de um prédio na Avenida na Liberdade (o rés-do-chão está alugado à Prada), proprietário de um empreendimento turístico com 30 apartamentos e um jardim privado no mesmo quarteirão, casas na zona histórica de Guimarães, um restaurante e uma quinta com 35 hectares. No dia 11 de setembro irá apresentar em Lisboa a nova coleção, “Herança Couture”.
Tony Miranda, criador de moda português, assina peças exclusivas para clientes na Europa, Médio Oriente e África. A partir do seu ateliê de alta-costura em Paris — ou da emblemática Avenida da Liberdade, em Lisboa — leva o seu talento pelo mundo e já realizou desfiles em Madrid, Paris, Luanda ou Las Vegas. Reconhecido pela atenção ao detalhe veste figuras públicas, celebridades e membros da alta sociedade, exporta mais de 95% das suas criações.
Paralelamente à carreira internacional na moda, deu início à aposta estratégica no setor imobiliário. O primeiro investimento de Tony Miranda em Portugal foi feito no final dos anos 80, quando ainda vivia Paris. A compra do prédio na Avenida da Liberdade, em Lisboa, custou na altura 650 mil contos (o equivalente hoje a 3,25 milhões de euros, sem ajustes de inflação ou correção financeira). Era um prédio em ruínas, do qual só foi conservada a fachada, que esteve em obras ao longo dos anos 90.
Abriu no ano 2000 e (para além da sua residência em Lisboa) alojou desde o início os salões de atendimento privado do criador: um piso para mulheres, um piso para homens. Há cerca de uma década que a boutique do rés-do-chão está alugada à Prada, a qual instalou lá a loja da marca Miu Miu em Lisboa.
Também em Lisboa, abriu depois da pandemia da Covid-19 o TM Luxury Apartments, uma unidade de turismo de moda. Fica nas traseiras do Edifício Tony Miranda na Avenida da Liberdade e partilha com ele um vasto jardim no interior do quarteirão: será nesse jardim, aliás, que irá desfilar a nova coleção no dia 11 de setembro. Esta unidade tem 30 apartamentos, entre os 40 e os 200 metros quadrados, todos decorados com motivos ligados à moda, desde fotografias de desfiles a peças e adereços de homem e de mulher. No Bloco B do complexo há um apartamento que tem um terraço particular. O conjunto tem estacionamento subterrâneo para 33 lugares de garagem. Há cerca de cinco anos, quando o empreendimento estava no início, um banco avaliou o investimento inicial em 20 milhões de euros.
Em Guimarães, Tony Miranda tem vários investimentos turísticos em prédios seus na zona histórica da cidade: uma guesthouse com nove apartamentos, em cujo prédio funcionam também um restaurante e um salão de cabeleireiro (ambos concessionados); um prédio de cinco andares em que funcionam sete apartamentos de Alojamento Local e outro prédio, na Rua da Rainha, em que funcionam oito apartamentos de Alojamento Local. Além disso, o empresário tem ainda uma quinta nos arredores da cidade, em Silvares, com 35 hectares. Segundo a imprensa local, o Vitória Sport Clube já manifestou interesse em adquirir esse imóvel avaliado na altura em cinco milhões de euros.
Nascido em Torrados, uma aldeia do concelho de Felgueiras, iniciou a carreira em França nos anos 60, na Maison Joseph Camps, um mestre da alta-costura francesa. Mais tarde, já depois de abrir um espaço próprio em Paris, regressa a Portugal e inaugura um atelier em Guimarães, no centro histórico, seguindo-se uma loja no Porto e o atelier e loja na Avenida da Liberdade, em Lisboa. “Os meus clientes não gostam de ostentar marcas e logotipos. Não precisam disso”, explica. “São pessoas que conhecem que o verdadeiro luxo está na qualidade da confeção e dos materiais”, diz. O Xá da Pérsia, Reza Pahlevi, Jacques Brel, Charles Aznavour ou Brigitte Bardot são nomes que passaram pelos seus ateliers.
DESFILE
Uma “coleção simples” de 80 modelos para homem e mulher, mas artisticamente “muito criativa” e com todos os primores da alta-costura, vai ser apresentada por Tony Miranda em Lisboa no dia 11 de setembro, no jardim do TM Luxury Apartments. “Herança Couture” é o nome da coleção em que o costureiro português irá propor um diálogo dos anos 2025 e 2026 com a tradição da moda europeia, que cultiva a elegância na vida urbana do dia a dia.
“São roupas muito citadinas, desenhadas para ambientes de trabalho ou lazer, também com modelos concebidos para festas onde imperam a elegância e o glamour”, afirma Tony Miranda enquanto finaliza as suas criações e as aperfeiçoa aos modelos que irão desfilar com elas na passerelle. “É a minha homenagem a Paris, onde vivi e trabalhei tantos anos, mas também a Lisboa, onde atendo a maioria dos clientes, que está uma cidade mais cosmopolita e mais vibrante a cada ano que passa”.
“Esta minha coleção “Herança Couture” é um exercício de reverência à aprendizagem, ao trabalho artesanal elaborado em atelier, à tradição da alta costura europeia, à capacidade criativa da moda através da forma, do conhecimento dos materiais e das texturas que contam histórias”, afirma Tony Miranda.