O líder do Chega, André Ventura, disse neste domingo que o grupo parlamentar do seu partido irá insistir na criação de uma comissão parlamentar de inquérito aos incêndios florestais que sucederam desde 2017, procurando verificar a existência de redes criminosas responsáveis pela destruição da floresta portuguesa.

Em declarações a jornalistas, à entrada de um encontro com candidatos autárquicos do Chega no distrito de Leiria, Ventura disse esperar que as bancadas parlamentares mais à direita possam apoiar a pretensão do seu partido de apurar “quem é que está a lucrar com isto”. Mas sem deixar de voltar a criticar Luís Montenegro, considerando que o primeiro-ministro “tem feito uma péssima gestão desta situação”, nomedamente por “achar que coordenar o combate aos fogos é estar em Lisboa, a fazer o que está a fazer”.

André Ventura disse esperar que, “até ao Natal”, o Parlamento venha a considerar que “um incendiário é um terrorista”, admitindo que isso implicaria “uma alteração profunda no sistema penal”.

Além do agravamento das penas, o líder partidário, para quem os incêndios florestais deste verão deverão ter sido “um abre-olhos para toda a gente”, pretende que haja outras punições. “Quem estiver ligado a estes negócios obscuros dos incêndios não pode ter negócios com o Estado”, disse, sublinhando que se trata de uma situação que “mete em causa os recursos e a vida de muitos”. Até porque os fogos, que até sábado consumiram 250 mil hectares, provocaram quatro mortes, incluindo a de um bombeiro.