Pesquisas recentes apontam que o vírus pode antecipar em até cinco anos o envelhecimento natural dos vasos sanguíneos, elevando o risco de infartos e derrames, mesmo em pacientes que tiveram apenas sintomas leves.
O comerciante João França viveu momentos difíceis durante a luta contra a doença. Ele passou dois meses internado e deixou o hospital em cadeira de rodas, sob aplausos da equipe médica. “Quando saí naquele corredor e vi minha esposa, eu falei: voltei, graças a Deus. Aquele hospital fechado, só médicos e enfermeiros, não tinha acesso a visitas”, relembrou.
A esposa dele, Zelina, também foi diagnosticada com Covid-19, mas apresentou apenas sintomas leves. “Fiquei sem paladar, sem apetite, esses foram meus sintomas”, contou.
O que mostra a ciência
Um estudo feito com 2.400 pessoas em 16 países, incluindo o Brasil, revelou que a Covid-19 acelera o enrijecimento dos vasos sanguíneos, processo que acontece naturalmente com o passar da idade. Os vasos fazem parte do sistema cardiovascular e, quando ficam mais rígidos, aumentam a chance de doenças graves.
De acordo com o cirurgião vascular Armando Lobato, os impactos podem ser sérios, mas precisam ser entendidos com equilíbrio. “Esse enrijecimento do vaso vai ocasionando o estreitamento da parede, formando camadas de placas, o que pode levar ao acidente vascular cerebral e a doenças isquêmicas. Pessoas que tiveram Covid apresentaram enrijecimento da artéria em uma análise de 12 meses. Isso é preciso deixar claro para ninguém entrar em pânico”, explicou.
Atenção redobrada
Os especialistas destacam que os efeitos parecem ser mais intensos em mulheres e em pessoas que enfrentaram quadros graves da doença. Por isso, reforçam a importância de manter os exames cardiológicos em dia. “O exame mais simples para analisar a parede arterial é o ultrassom Doppler”, acrescentou Lobato.
Com informações de SBT News.
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