Uma equipa de investigadores sul-coreanos identificou, pela primeira vez a nível molecular, que as proteínas tau e amiloide-beta, fundamentais na doença de Alzheimer, comunicam diretamente para regular a toxicidade, abrindo novas perspetivas para o tratamento

Uma descoberta revolucionária na luta contra a doença de Alzheimer foi anunciada a 24 de agosto pela KAIST (Korea Advanced Institute of Science and Technology). A equipa liderada pela Professora Mi Hee Lim, do Departamento de Química, em colaboração com investigadores do Instituto Coreano de Ciência Básica (KBSI) e do Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia (KIST), conseguiu demonstrar como o domínio de ligação à microtúbulos da proteína tau interage diretamente com a proteína amiloide-beta, alterando o seu processo de agregação e reduzindo a toxicidade celular.

A investigação, publicada na revista Nature Chemical Biology, revela que segmentos específicos da proteína tau – K18, R2 e R3 – formam complexos com a amiloide-beta, transformando as suas fibras rígidas e tóxicas em agregados menos nocivos. Esta descoberta é particularmente relevante considerando que a demência afeta 50 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo o Alzheimer responsável por mais de 70% dos casos.

O Dr. Young-Ho Lee do KBSI salientou a importância desta descoberta para a compreensão dos mecanismos moleculares da demência. Por sua vez, a Professora Mi Hee Lim destacou que esta investigação demonstra que a proteína tau tem um papel ativo na mitigação da agregação e toxicidade da amiloide-beta.

O estudo, que teve como primeiro autor o Dr. Min Geun Kim do Departamento de Química da KAIST, contou com o apoio da Fundação Nacional de Investigação da Coreia, do Programa de Bolsas Sejong Science, KBSI e KIST.

Link para o artigo original: https://news.kaist.ac.kr/newsen/html/news/?mode=V&mng_no=50890

DOI: 10.1038/s41589-025-01987-0

NR/HN/AlphaGalileo

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