A Autoridade Marítima Nacional (AMN) alertou esta segunda-feira para um “agravamento considerável” das condições meteorológicas e da agitação marítima em Portugal continental a partir de terça-feira, com ondas de quatro metros que podem chegar aos sete metros de altura. Numa nota, a AMN indicou que estas condições de agravamento devem ocorrer entre terça-feira e o meio-dia de quarta-feira.
Também o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê agitação marítima forte, uma situação pouco frequente em Agosto que resulta do posicionamento do ciclone pós-tropical Erin, actualmente localizado a oeste dos Açores.
Segundo a AMN, a agitação marítima será caracterizada por uma ondulação proveniente do quadrante oeste-noroeste, “com uma altura significativa que poderá atingir os quatro metros e uma altura máxima de sete metros, com um período médio a variar entre os 15 e os 17 segundos”.
São esperados ventos provenientes do quadrante norte, com uma intensidade média de até 38 quilómetros por hora e rajadas até 69 km/h.
A AMN apela aos banhistas que tenham cuidado nas idas à praia e que frequentem praias permanentemente vigiadas, respeitem a sinalização das bandeiras e das praias e as indicações dos nadadores-salvadores e demais elementos de vigilância, vigiem permanentemente as crianças e evitem colocar-se debaixo de arribas.
A AMN aconselha toda a comunidade marítima a reforçar as amarrações e a manter uma vigilância apertada das embarcações atracadas e fundeadas.
À população em geral, recomenda-se que sejam evitados passeios junto ao mar ou em zonas expostas à agitação marítima, como molhes de protecção dos portos, arribas ou praias, evitando ser surpreendida por uma onda.
A autoridade marítima indica ainda que a actividade da pesca lúdica não deve ser praticada nestas condições, em especial junto às falésias e zonas de arriba frequentemente atingidas pela rebentação das ondas, “tendo sempre presente que nestas condições o mar pode facilmente alcançar zonas aparentemente seguras”.
Aviso amarelo por agitação marítima
Também o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) alertou, esta segunda-feira, que dez distritos de Portugal continental vão estar terça e quarta-feira sob aviso amarelo devido à previsão de agitação marítima forte, que resulta do posicionamento do ciclone pós-tropical Erin, actualmente localizado a oeste dos Açores.
Os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar sob aviso amarelo entre as 06h00 de terça-feira e as 00h00 de quarta-feira devido à agitação marítima, prevendo-se ondas de noroeste até quatro metros.
O aviso amarelo, o menos grave, é emitido quando há uma situação de risco para determinadas actividades dependentes da situação meteorológica.
Em comunicado, o IPMA explicou que estão previstas ondas com altura significativa até quatro metros na costa ocidental na terça-feira, e que poderão atingir altura máxima até sete metros.
“Salienta-se os valores muito elevados do período de pico, esperados, entre 15 a 20 segundos, o que se traduzirá em ondas muito energéticas e com volume de água elevado, aumentando significativamente o risco de fortes correntes de retorno junto à costa”, indica o IPMA.
Segundo o instituto, no período de maré cheia durante a tarde, conjugado com uma amplitude de maré previsivelmente elevada, várias praias poderão ficar sem areal disponível.
O IPMA indicou também que a costa do Algarve não estará tão exposta a esta situação, mas a ondulação manter-se-á forte na costa ocidental ao longo da semana, com alturas significativas entre dois a três metros.
O estado do tempo e clima são conceitos diferentes. O tempo previsto para estes dias corresponde ao estado instantâneo da atmosfera em Portugal, definido através de variáveis meteorológicas como a temperatura, precipitação, humidade, ou velocidade do vento. Já o clima consiste nos padrões registados ao longo de vários anos. Veja aqui mais sobre como os eventos meteorológicos no dia-a-dia podem (ou não) reflectir as alterações climáticas e como estas mudanças estão a intensificar os fenómenos meteorológicos extremos.