Kaitlin Wichmann vivia em Los Angeles, nos Estados Unidos, quando se cansou da rotina diária. Entrava às nove horas numa agência de publicidade em Santa Monica e saía sempre às 17 horas. Até que, um dia, decidiu deixar tudo para trás e tornar-se nómada digital.
“Todos os dias, ir para o trabalho, estacionar no mesmo sítio, ir para a mesma secretária, olhar para a mesma parede. Pensava: ‘Tem de haver mais na vida do que isto’”, contou Kaitlin, agora com 31 anos, ao programa “Make It”, da CNBC.
Natural do Kansas, despediu-se e, desde 2021, escolheu Lisboa como nova casa. Trabalha apenas 20 horas por semana em marketing digital, a ajudar clientes estrangeiros e portugueses na publicidade online. Num mês normal, diz ganhar cerca de seis mil euros, embora os valores possam oscilar entre dois mil e dez mil euros.
“Estou muito mais feliz e em paz agora”, confessou. Antes de se fixar em Portugal, passou por em Bali, na Indonésia; por Chiang Mai, na Tailândia; Buenos Aires, na Argentina; e regressou a Kansas, no início da pandemia de Covid-19.
Já tinha conhecido a Madeira, mas foi em Lisboa que encontrou o que procurava: bom clima, proximidade da praia e uma comunidade internacional. Apesar da facilidade em comunicar em inglês, decidiu aprender português. “Imediatamente, comecei a ter aulas numa universidade para aprender português”, revelou. Mais tarde, optou por aulas privadas. “Sinto que foi isso que realmente me ajudou a melhorar e deixou-me muito mais confiante na minha capacidade de falar.”
Portugal tem-se tornado um destino cada vez mais procurado por estrangeiros que trabalham remotamente. Em 2024, a plataforma Global Citizen Solutions elegeu o País como o sétimo melhor destino para nómadas digitais em todo o mundo.
E no que toca a despesas? Num mês típico, Kaitlin diz gastar 1.100€ em renda, 30€ no passe de transportes, 427€ em comida, 177€ em subscrições mensais variadas, 163€ em empréstimos estudantis e 12€ no plano de telemóvel. Em junho, quando esteve de férias a visitar o namorado em Inglaterra, gastou ainda cerca de 968€ em viagens e entretenimento.
Atualmente com autorização de residência portuguesa válida até 2026, conta com um fundo de emergência para seis meses e mais de 170 mil euros em contas de reforma e outros investimentos.
“Quando me mudei para Lisboa, Portugal, o meu plano era viver aqui durante pelo menos cinco anos e depois decidir para onde queria ir”, partilhou. “Mas não me vejo a mudar para outro sítio fora de Portugal.”