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Organizações não-governamentais alertam que o recente acordo comercial entre a União Europeia e os EUA pode comprometer a segurança rodoviária no espaço europeu. O motivo está no reconhecimento mútuo das normas de segurança automóvel, que diferem significativamente entre os dois blocos.

O Conselho Europeu para a Segurança dos Transportes (ETSC) sublinha que os veículos europeus estão sujeitos a requisitos mais exigentes, incluindo travagem automática de emergência, sistemas de proteção de peões e assistência à manutenção de faixa — tecnologias obrigatórias na UE, mas não nos EUA, revela a ‘Euronews’.

“Dispomos agora de tecnologias que são obrigatórias na Europa, mas que não são obrigatórias nos Estados Unidos”, destacou Dudley Curtis, diretor de comunicação do ETSC, frisando que tais sistemas têm contribuído para a redução da sinistralidade rodoviária no continente europeu.

Com este acordo, Washington espera aumentar as exportações de veículos norte-americanos para o mercado europeu, levantando preocupações adicionais junto da indústria automóvel. Para o ETSC, existe o risco de os construtores europeus considerarem injusto competir com veículos sujeitos a regras de segurança menos rigorosas, o que poderia gerar pressão para um abrandamento da regulamentação europeia.

“Se os fabricantes norte-americanos só tiverem de cumprir as normas dos EUA, enquanto todos os outros cumprem as europeias, estaremos perante uma concorrência desleal”, advertiu.

Embora o processo político dentro da União Europeia ainda não permita antecipar uma entrada massiva de SUVs e pick-ups norte-americanos nas estradas europeias, as ONGs recordam que a evolução da sinistralidade demonstra os riscos de um eventual retrocesso regulatório.