Liverpool e Newcastle abraçaram o caos em St. James’ Park. O jogo foi pautado por um ritmo lento e inúmeras faltas, mas quando o sino do golo tocou, ninguém ficou indiferente. Os reds tinham o jogo na mão, os magpies acreditaram no empate mesmo em desvantagem numérica, mas a partida ficou decidida com um remate de classe de um miúdo de apenas 16 anos.

A novela que envolveu as duas equipas e Alexander Isak, nas últimas semanas, não foi esquecida pelos adeptos presentes nas bancadas do recinto do Newcastle. Num mar de camisolas com o nome do avançado sueco tapado a fita adesiva e t-shirts com reflexões pouco educadas sobre a situação, sobressaiu uma mensagem antes do início da partida: «Ninguém conquista nada sozinho.»

A mensagem dos adeptos para Isak (IMAGO)

O ataque móvel orquestrado por Eddie Howe, composto por Elanga, Gordon e Barnes, deu dores de cabeça à defesa do Liverpool, que teve um remendo chamado Szoboszlai no corredor direito. O Newcastle voou graças à largura concedida pelo adversário, mas afogou-se sem uma verdadeira referência ofensiva no centro do ataque.

Arne Slot preferiu apostar numa abordagem mais expectante, que deu frutos a dez minutos do intervalo. Kerkez e Gakpo combinaram na esquerda, Gravenberch teve licença para rematar da rua e desferiu um autêntico passe teleguiado com morada no fundo da baliza do Newcastle.

A dificuldade da missão-reviravolta do Newcastle aumentou quando Gordon quis pressionar a primeira fase de construção do Liverpool, mas acabou por arrancar Van Dijk pela raíz e receber ordem de expulsão, após intervenção do VAR. O final da primeira parte foi penoso para os magpies e o início da segunda não foi melhor.

Ainda nem Arne Slot tinha regressado do balneário, já Hugo Ekitiké tinha demonstrado que o Liverpool não estava desesperado por um avançado. O ponta de lança gaulês precisou apenas de 30 segundos na segunda parte para rematar com classe à entrada da área para o segundo golo dos reds.

O Newcastle, mesmo a perder 0-2 com apenas dez elementos, foi à procura da felicidade e o primeiro passo foi dado pelo capitão. Livramento marcou um lançamento de linha lateral a fazer lembrar o mítico Rory Delap e Bruno Guimarães reduziu a desvantagem.

O golo deu ascendente ao Newcastle que, ainda assim, não conseguiu desmontar a teia de Arne Slot e perdeu ímpeto entre faltas e paragens contínuas. O empate só podia cair do céu… e foi isso que aconteceu. Nick Pope marcou um pontapé livre que sobrevoou toda a defesa do Liverpool e aterrou, qual milagre, nos pés de Osula.

O jovem avançado estabeleceu o empate em cima dos 90′, mas o Newcastle perdeu discernimento na própria ambição. A turma de Eddie Howe esqueceu-se que tinha apenas dez elementos em campo, balanceou-se para o ataque e perdeu a aposta.

O tiki-taka de Mesyside desmontou a defesa do Newcastle que perdeu o norte depois de um passe sublime de Salah e uma simulação de corpo decisiva de Szoboszlai que abriu a porta do golo a um miúdo de apenas 16 anos. Rio Ngumoha, que tinha entrado em campo quatro minutos antes, teve a frieza necessária para selar uma vitória épica do Liverpool.

O Liverpool garantiu uma vitória com muito sofrimento pela segunda jornada consecutiva, enquanto o Newcastle somou a primeira derrota da época.