Os olhos estão postos na área E1, o pedaço de terra que liga a Cisjordânia ocupada (mais concretamente, o colonato estabelecido de Maale Adumim) a Jerusalém Oriental, também ocupada (e anexada efetivamente em 1980, numa ação não reconhecida pela grande maioria da comunidade internacional). É ali que pode morrer o sonho de um Estado palestiniano. Israel aprovou um projeto de colonatos na área E1, que tinha sido travado há duas décadas por causa de uma feroz oposição da comunidade internacional. O plano, de acordo com muitos peritos e organizações de direitos humanitários, tornaria inviável um Estado palestiniano contíguo no futuro. “O que isto significa é que corta, por completo, a Cisjordânia em duas partes”, afirma ao Expresso Angela Godfrey-Goldstein, ativista pela paz e codiretora da Jahalin Solidarity, uma organização cuja missão é prevenir a deslocação forçada.
O projeto na área isolaria efetivamente a Cisjordânia ocupada de Jerusalém Oriental e dividiria o território em dois, mas, além disso, “facilita a judaização de Telavive até à Jordânia, bloqueando também o acesso dos palestinianos a Jerusalém Oriental a partir da Cisjordânia, para que nunca tenham Jerusalém Oriental como a sua capital”, explica Angela Godfrey-Goldstein. Na prática, esta ideia significa que os palestinianos não terão um Estado, “pelo menos não um Estado viável”, por estarem impedidos de aceder aos seus locais sagrados, aos hospitais, aos campus universitários e às receitas do turismo. Uma nova estrada destruirá a já frágil economia dos palestinianos.
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