Durante a manhã desta terça-feira, manifestantes bloquearam a Rodovia Ayalon, em Telavive, como parte do que os organizadores descrevem como “um dia de ação intensiva”, relata o The Times of Israel.

Alguns dos manifestantes incendiaram pneus para perturbar o trânsito em vários cruzamentos da cidade e outros protestaram em frente de casa de vários ministros israelitas, segundo mostram imagens partilhadas nas redes sociais por vários grupos pró-democracia israelitas.

As manifestações são parte de uma série de protestos convocados para o dia de hoje pelo Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos, que representa a maioria dos familiares das pessoas raptadas nos ataques do grupo palestiniano Hamas de 7 de outubro.

De acordo com o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, uma grande manifestação é esperada na Estação Central Savidor, em Telavive, antes de uma marcha até à chamada Praça dos Reféns, onde o dia culminará com um protesto em massa liderado pelas famílias dos reféns.

“O governo abandonou-os”

Numa conferência de imprensa na Praça dos Reféns esta manhã, as famílias dos reféns acusaram o Governo israelita de “abandonar” os prisioneiros e exigem um acordo imediato para a sua libertação.



“Levar adiante o plano de conquistar Gaza enquanto há um acordo sobre a mesa para assinatura do primeiro-ministro é uma facada no coração das famílias e de toda a nação”
, disse Itzik Horn, pai de Yair Horn, um dos reféns já libertados, e de Eitan Horn, que ainda está detido em Gaza.

“Junte-se a nós hoje na nossa luta coletiva porque somente o povo os trará para casa”, disse, citado pela Al Jazeera.



“Temos um povo maravilhoso, mas nenhum Governo… O governo abandonou-os, mas o povo vai trazê-los de volta!”,
disse Einav Zangauker, mãe de Matan Zangauker, que permanece em Gaza.

Netanyahu focado em tomar cidade de Gaza

Na passada quinta-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou que ordenou o início imediato das negociações para a libertação de todos os reféns em Gaza e a conclusão da guerra “em condições aceitáveis para Israel”.

No entanto, Netanyahu não fez qualquer referência explícita à última proposta dos mediadores (Egito, Catar e Estados Unidos), que prevê uma trégua de 60 dias e a libertação, em duas fases, dos reféns do Hamas ainda detidos em Gaza. Esse plano foi já aceite pelo Hamas.



Enquanto isso, Netanyahu permanece empenhado em avançar com os planos de intensificar a ofensiva e tomar a Cidade de Gaza, considerada um dos últimos redutos do Hamas.

Os familiares dos reféns acusam o Governo israelita de estar a expandir a ofensiva na Faixa de Gaza em vez de negociar um acordo para a devolução dos reféns. Netanyahu, por sua vez, argumenta que estes dois objetivos (derrotar o Hamas e libertar os reféns) “andam de mãos dadas” e acusa os manifestantes de reforçarem o movimento islamita palestiniano Hamas e de atrasarem a libertação dos detidos.

Cerca de 1200 pessoas foram mortas e 251 foram feitas reféns no ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023. Do total de reféns, estima-se que 20 ainda estejam vivos.

(com agências)