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A poluição luminosa está a fazer com que as aves em todo o mundo cantem por mais tempo todos os dias, prolongando as suas vocalizações em média 50 minutos, de acordo com um novo estudo realizado por Brent Pease e Neil Gilbert.

Na sua análise de mais de 500 espécies de aves diurnas, os autores também observam que as aves mais expostas à luz – seja por terem olhos grandes ou ninhos abertos – são as mais afetadas pela poluição luminosa.

Os investigadores sabem que a poluição luminosa, que afeta 23% do planeta, está a influenciar os padrões de atividade regidos pelo ciclo circadiano de luz e escuridão em espécies individuais.

O novo estudo é o primeiro a documentar esse fenómeno em aves de várias espécies, espaços e estações. Não está claro se esses impactos são positivos, negativos ou neutros para a aptidão das aves, mas “documentar esses efeitos na aptidão e reduzir a poluição luminosa são desafios para a conservação no século XXI”, escrevem os autores.

Pease e Gilbert analisaram 2,6 milhões de observações do início (manhã) da vocalização das aves e 1,8 milhões de observações do fim (noite) dos cantos das aves.

Os dados provêm do projeto BirdWeather, que inclui registos de cientistas voluntários, monitorização automatizada da biodiversidade e aprendizagem automática. Os investigadores encontraram evidências limitadas dos efeitos da densidade do habitat, latitude e riqueza específica na interação da poluição luminosa com as vocalizações, mas observam que a sua base de dados continua demasiado incompleta para algumas regiões e espécies para medir definitivamente esses efeitos.