O PAN enviou três cartas abertas ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, à Casa Pia de Lisboa – que detém o edifício do Campo Pequeno – e à empresa Plateia Colossal, de Álvaro Covões, que promove eventos tauromáquicos, pedindo que seja suspensa a atividade tauromáquica em Lisboa na atual época.
O partido deu ainda entrada na Assembleia da República, esta terça-feira, de uma proposta para “suspender as touradas no Campo Pequeno e promover a reconversão da praça, e de uma outra para interditar a assistência e participação a menores de 18 anos nestes eventos”.
Estas propostas surgem no seguimento das mortes de um jovem forcado, de 22 anos, e de um espectador de 73 anos, na última tourada no Campo Pequeno que decorreu no sábado passado.
“Para o PAN, enquanto sociedade não podemos ficar indiferentes a estes incidentes trágicos demonstram, mais uma vez, a necessidade de se refletir sobre estes espetáculos que continuam a matar pessoas e animais na arena, num país onde a maioria da população já é contra as touradas”, afirma a líder do PAN, Inês de Sousa Real, numa nota enviada à comunicação social.
A deputada única opõe-se à “violência cruel e anacrónica que continua a matar nas arenas e a expor crianças de todas as idades a cenas de violência extrema, contrariando os princípios da Convenção dos Direitos da Criança, ratificada por Portugal”.
“Não podemos ignorar o impacto que uma tragédia como a que aconteceu no Campo Pequeno tem, que culminou também na morte de um espetador adulto e que também as crianças e jovens que estavam a assistir presenciaram este episódio.”, acrescentou ainda.
Na segunda-feira, a mãe de Manuel Maria Trindade, o forcado que morreu no sábado no Hospital de São José, em Lisboa, onde estava internado depois de ter sido colhido de forma violenta por um touro de 695 quilos no Campo Pequeno, publicou uma carta aberta em que se dirige ao “partido PAN e seus seguidores”.
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Condenou, por esta via, os comentários de pessoas nas redes sociais que se terão mostrado contentes com a morte do filho, associando o PAN a estas ações. Ao Observador, fonte oficial do partido nega no entanto estar associado a este tipo de demonstrações e garante que lamentou, desde o início, mais uma morte no contexto de touradas. A mesma fonte oficial acrescenta: “Em momento algum [o partido] não teve empatia ou respeito pela família do jovem.”
O PAN recorda ainda que Portugal já foi instado duas vezes pela ONU a adotar medidas para afastar as crianças e jovens da “violência da tauromaquia” e que existem vários pareceres da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco e da Amnistia Internacional a alertarem para a exposição dos menores à violência.
“O divertimento e uma suposta ‘tradição’ não podem estar acima do valor da vida humana, do bem-estar animal e da proteção de crianças e jovens em relação à exposição à violência. A abolição da tauromaquia é mais do que um imperativo ético e civilizacional, é um dever coletivo para protegermos as pessoas e os animais“, defende ainda Inês Sousa Real.
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