Ir ao supermercado é uma rotina simples: escolhes os produtos, passas na caixa e levas as compras para casa. Mas, cada vez mais, está a circular um esquema discreto e perigoso: o truque do código de barras alterado. À primeira vista parece impossível de notar, mas já enganou supermercados em várias cidades e até deixou clientes inocentes em situações constrangedoras.
Como funciona este esquema?
O golpe é direto: um burlão troca ou cola novas etiquetas de código de barras em produtos. Assim, um artigo caro passa a ser registado no sistema como se fosse um produto muito mais barato.
Exemplos reais:
- Uma garrafa de whisky de 40€ registada como se fosse uma de 4€.
- Um detergente premium pago ao preço de um produto de marca branca.
O objetivo é sempre o mesmo: passar pela caixa sem levantar suspeitas, pagando apenas uma fração do valor.
O perigo para clientes inocentes
O maior risco é que estes produtos adulterados nem sempre ficam nas mãos do burlão. Muitas vezes, ele larga o artigo na prateleira e outra pessoa, sem desconfiar, acaba por levá-lo.
Quando chega à caixa:
- O sistema regista um preço errado.
- O funcionário ou a máquina pode sinalizar o produto.
- O cliente honesto acaba a ser questionado ou, em casos extremos, acusado de fraude.
Porque se tornou mais comum agora?
O esquema não é novo, mas ganhou força com o aparecimento das caixas automáticas. Nestes sistemas:
- É o cliente que regista os produtos.
- Há menos supervisão de funcionários.
- As filas são rápidas, o que reduz a possibilidade de inspeção.
Isto criou o cenário perfeito para os burlões. Conseguem agir com mais liberdade e, ao mesmo tempo, aumentam o risco de clientes inocentes serem apanhados numa situação injusta.
Casos registados em Portugal
Um cliente foi acusado de fraude ao tentar pagar café premium que tinha código de barras alterado. Descobriu-se que alguém tinha colado uma etiqueta falsa antes. Funcionários encontraram vários produtos de higiene com códigos trocados por outros de valor inferior. Um supermercado reforçou a vigilância nas caixas automáticas depois de vários episódios seguidos.
Como te podes proteger?
- Verifica a etiqueta antes de colocar no carrinho. Se estiver torta, colada por cima de outra ou com aspeto estranho, desconfia.
- Confere o preço no leitor da loja. Se não corresponder ao esperado, procura ajuda antes de pagar.
- Guarda sempre o talão. É a tua prova de boa-fé caso algo corra mal.
- Reporta de imediato. Se encontrares produtos suspeitos, avisa a gerência para evitar problemas a outros clientes.
Porque continua a acontecer?
Este truque resulta porque explora dois pontos fracos:
A distração dos clientes. A maioria confia que a etiqueta corresponde ao produto.
A pressão nas caixas rápidas. Com filas grandes e menos supervisão, os detalhes passam despercebidos.
É uma jogada simples, mas com consequências sérias para quem se cruza com ela.
O truque do código de barras alterado mostra como até uma simples ida ao supermercado pode esconder armadilhas. O risco não está apenas em perder dinheiro: clientes inocentes podem ser injustamente responsabilizados. Da próxima vez que fores às compras, olha bem para as etiquetas, confere os preços e mantém atenção nas caixas automáticas. Um pequeno detalhe pode ser a diferença entre uma compra tranquila e um grande problema.