Asteroide 2024 YR4 tem 4,3% de chance de colidir com a Lua, podendo liberar detritos que afetariam satélites e missões lunares

Internacional|Do R7

27/07/2025 – 21h14 (Atualizado em 27/07/2025 – 21h14)

RESUMO DA NOTÍCIA

  • O asteroide 2024 YR4 tem 4,3% de chance de colidir com a Lua até 2032.
  • Descoberto em 2024, o asteroide possui 60 metros de diâmetro e poderia causar uma explosão significativa.
  • Um impacto na Lua poderia liberar até 100 milhões de kg de detritos, afetando satélites e missões lunares.
  • Embora menor que asteroides que extinguiram dinossauros, o YR4 representa uma ameaça à infraestrutura espacial.

Produzido pela Ri7a – a Inteligência Artificial do R7

Crateras lunares no lado oculto da Lua Divulgação/Nasa

O asteroide 202 YR4, que parecia estar em rota de colisão com a Terra, voltou a chamar a atenção dos cientistas. Agora, há 4,3% de chance de que ele entre em colisão com a Lua até 2032. A probabilidade, embora pequena, é maior que a estimativa anterior, que era de 3,8%.

Descoberto no final de 2024, o YR4 tem cerca de 60 metros de diâmetro, de acordo com as medições realizadas pelo Telescópio Espacial James Webb, o observatório mais poderoso em operação.

“Tamanho é igual a energia”, disse Julien de Wit, professor associado de ciências planetárias no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), à rede norte-americana CNN. “Conhecer o tamanho do YR4 nos ajudou a entender o quão grande uma explosão poderia ser.”

Com a nova possibilidade de colidir com a Lua, o asteroide ofereceria à humanidade um evento único para se observar. Cálculos da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, indicam que o impacto seria mais provável no lado visível do satélite natural, aquele que podemos ver da Terra.

Se isso ocorrer, a colisão produziria um clarão brilhante visível a olho nu por alguns segundos, segundo Paul Wiegert, professor de astronomia e física na Western University, no Reino Unido, e principal autor de um estudo sobre o tema.

O impacto, que poderia formar uma cratera de 1 quilômetro de diâmetro, seria o maior na Lua em 5.000 anos, liberando até 100 milhões de kg de rochas e poeira lunar, de acordo com Wiegert.

Como a Lua não possui atmosfera, esses detritos se espalhariam pela superfície lunar e poderiam atingir o espaço. Mas isso representa uma ameaça.

Riscos para satélites e missões lunares

Na Lua, detritos de algumas dezenas de centímetros poderiam colocar em risco astronautas ou estruturas construídas para pesquisa e habitação.

No espaço, satélites em órbita terrestre, essenciais para navegação e comunicações, poderiam ser danificados por partículas tão pequenas quanto grãos de areia, que viajariam a velocidades altíssimas — “mais rápido que uma bala”, segundo Wiegert.

Essas partículas, variando de 0,1 a 10 milímetros, poderiam chegar à Terra em poucos dias ou meses, criando uma chuva de meteoros intensa e chamativa.

Embora não representem perigo para pessoas na superfície, já que a atmosfera terrestre oferece proteção, os detritos poderiam causar danos a satélites, como painéis solares, sem destruí-los completamente.

“Seria como um pedaço de cascalho atingindo o para-brisa de um carro em alta velocidade”, compara Wiegert.

Por que o asteroide é monitorado?

Apelidado de “assassino de cidades” por causa do potencial de devastação regional caso colidisse com a Terra, o 2024 YR4 é bem menor que os chamados “assassinos de planetas”, rochas com mais de 1 quilômetro de diâmetro capazes de destruir civilizações.

Para comparação, o asteroide que causou a extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos, tinha cerca de 10 quilômetros de diâmetro, segundo Andy Rivkin, astrônomo do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.

Cerca de 40% dos asteroides próximos à Terra com mais de 140 metros — capazes de causar destruição significativa — já foram identificados, de acordo com a Nasa. O 2024 YR4, com seus 60 metros, é um exemplo.

O que vem a seguir?

As últimas observações do asteroide, feitas em 3 de junho deste ano, antes de ele desaparecer do alcance dos telescópios, melhoraram em 20% a precisão sobre sua órbita, segundo a Nasa. Isso permitiu calcular com mais clareza a possibilidade de impacto lunar.

“O YR4 é tão pequeno e tênue que conseguimos rastreá-lo por mais tempo com o James Webb do que com telescópios terrestres”, disse Rivkin à CNN.

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