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De acordo com a BBC, o projeto-lei foi aprovado com 115 votos favoráveis em 163 presentes e resulta de um esforço bipartidário para combater o impacto dos smartphones no desempenho académico e no desenvolvimento social dos jovens. Professores e pais defendem que os aparelhos prejudicam a concentração, interferem nas amizades e até alimentam o bullying online.
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Uma sondagem de 2024, citada pelo canal, mostra que quase um quarto da população sul-coreana depende excessivamente do telemóvel, número que sobe para 43% entre os jovens dos 10 aos 19 anos. Mais de um terço dos adolescentes admitiu ainda dificuldade em controlar o tempo que passa a ver vídeos em redes sociais.
A lei prevê exceções para alunos com necessidades educativas especiais e autoriza o uso dos dispositivos em situações de emergência ou para fins pedagógicos. Também concede aos professores maior autoridade para restringir o uso dentro do recinto escolar e obriga as escolas a promoverem a educação para um uso saudável da tecnologia.
Ainda assim, a medida gera divisões. Enquanto a Federação Coreana de Professores apoiou a iniciativa, afirmando que oferece “uma base legal mais firme” para controlar os telemóveis em sala de aula, o sindicato rival mostrou reservas, apontando preocupações sobre direitos dos estudantes. Alguns professores e alunos também criticam a lei, considerando que ataca o sintoma — os telemóveis — sem enfrentar a raiz do problema: a pressão do exigente exame nacional de acesso à universidade, conhecido como Suneung.
Outros jovens, como o estudante Seo Min-joon, de 18 anos, disseram à BBC que a proibição terá pouco efeito prático: “Os alunos continuarão a usar os telemóveis nos transportes ou antes de dormir. O que falta é uma verdadeira educação para um uso equilibrado, não apenas a confiscação.”
Com a aprovação da lei, a Coreia do Sul junta-se a países como França, Itália, Países Baixos e China, que também já restringiram o uso de telemóveis nas escolas, tornando-se um dos poucos a impor a medida na legislação nacional.