Apesar de uma lenda de Hollywood como diretor e dois astros nos papéis principais, este filme não se tornou um verdadeiro clássico.
Um ano antes do lançamento nos cinemas de A Odisseia, a aguardada adaptação cinematográfica do épico homérico de Christopher Nolan, os fãs do cineasta conseguiram ingressos para as cobiçadas e raras exibições em IMAX 70 mm – e as sessões esgotaram em um curto espaço de tempo.
Isso demonstra o status que o diretor de sucessos como Batman – O Cavaleiro das Trevas, A Origem e Oppenheimer agora detém no mundo do cinema local: ele é um dos poucos cineastas cujo nome, por si só, atrai milhões de espectadores aos cinemas e cujos novos trabalhos geram discussões antes mesmo de um único quadro ser lançado.
O gosto cinematográfico pessoal de Nolan também interessa aos fãs – quais obras fascinaram, inspiraram e influenciaram o diretor de Amnésia? Se você perguntar a ele sobre seus filmes favoritos, títulos há muito consagrados como Lawrence da Arábia, 2001 – Uma Odisseia no Espaço e Blade Runner, o Caçador de Andróides vêm rapidamente à mente.
Christopher Nolan considera este filme de aventura um dos seus favoritos absolutos
Columbia Pictures
Mas o cineasta de 55 anos também tem alguns favoritos menos populares – incluindo O Homem Que Queria Ser Rei, um trabalho posterior da lenda da direção John Huston (Relíquia Macabra). Michael Caine (provavelmente não por coincidência um dos atores favoritos de Nolan) e o ícone de 007, Sean Connery, estrelam como ex-soldados britânicos que, no século XIX, se declaram governantes da região do Cafiristão (atual Nuristão, no leste do Afeganistão) – e são derrotados em sua busca pelo poder.
Caine considera o longa um dos destaques absolutos de sua carreira. O filme também é extremamente importante para Christopher Nolan. Em uma entrevista, o britânico falou sobre seu amor pela adaptação do romance do autor de “O Livro da Selva”, Rudyard Kipling (via Far Out Magazine):
“O Homem Que Queria Ser Rei me surpreendeu completamente. É um dos meus filmes favoritos e tem um significado enorme para mim. Há um espírito romântico neste filme, um grande senso de invenção e aventura – muito parecido com O Tesouro de Sierra Madre [outro clássico de John Huston de 1948] muitos anos antes. Huston filmou o filme no Marrocos, que é, obviamente, muito distante do cenário real, mas o cenário real confere ao filme uma credibilidade palpável.”