Guerra Rússia-Ucrânia

Em atualização

Kiev foi esta madrugada alvo de ataques russos com mísseis balísticos, que causaram várias vítimas mortais e estragos em pelo menos três bairros da capital da Ucrânia.

"Ataque maciço": vários bairros de Kiev atingidos por mísseis balísticos russos

Stringer

Pelo menos 10 pessoas morreram, incluindo uma criança, e quase 50 ficaram feridas num ataque russo à capital ucraniana, na última noite. As autoridades falam num ataque em larga escala que atingiu vários bairros de Kiev e danificou prédios, escritórios e escolas. Os habitantes foram aconselhados a permanecerem em estações de metro e abrigos subterrâneos.

“Estes mísseis e drones de ataque russos são uma resposta clara a todos aqueles que, durante semanas e meses, apelaram para um cessar-fogo e para uma verdadeira diplomacia no mundo. A Rússia escolhe os mísseis balísticos em vez da mesa de negociações. Escolhe continuar a matar em vez de acabar com a guerra”, afirmou o Presidente ucraniano.

“Esperamos uma reação da China ao que se está a passar”, exigiu o Presidente ucraniano, referindo que Moscovo tem ignorado até agora os apelos de Pequim. Volodymyr Zelensky pediu ainda a aplicação de novas sanções contra a Rússia, de forma a responsabilizá-la, uma vez que “todos os prazos expiraram, dezenas de oportunidades de diplomacia foram arruinadas”.

Entretanto, o ministro do Interior, Igor Klimenko, disse na televisão que sete pessoas foram dadas como desaparecidas num bloco de apartamentos no na área de Darnitsky, o que significa que o número de mortos pode aumentar.

Kiev não foi o único alvo dos ataques russos esta noite, uma vez que na região central de Vinnytsia as autoridades regionais comunicaram um ataque a uma instalação de energia, que cortou temporariamente a eletricidade a 60.000 consumidores em 29 localidades.

Pelo menos três bairros da cidade foram alvos de um “ataque maciço”, segundo o presidente da câmara, Vitali Klitschko. O ataque fez pelo menos quatro feridos, que foram hospitalizados.

O chefe da administração militar da capital, Tymour Tkatchenko, referiu no Telegram a ocorrência de um “ataque balístico russo” que provocou, nomeadamente, incêndios numa creche e num edifício residencial.

Para além dos ataques na capital, a companhia ferroviária ucraniana relatou um “forte ataque” russo, que causou cortes de energia na região de Vinnytsia (centro), provocando atrasos nos comboios.

Os ataques na Ucrânia e na Rússia têm continuado nos últimos dias, apesar da intensa atividade diplomática para tentar pôr fim ao conflito desencadeado em fevereiro de 2022 pela invasão russa.

O exército russo, que ocupa cerca de 20% da Ucrânia, no leste e no sul, acelerou o avanço no terreno nos últimos meses, beneficiando do enfraquecimento da resistência ucraniana, com menos efetivos e menos bem equipada.

Pela primeira vez na passada terça-feira, a Ucrânia reconheceu que soldados russos entraram na região de Dnipropetrovsk (centro-leste), onde Moscovo já reivindicava avanços desde julho.