Depois de 18 anos e 48 mil unidades, o último Nissan GT-R sai da linha de produção. O icónico desportivo japonês vai deixar saudades.
Tudo tem um fim e o Nissan GT-R R35, por mais icónico e desejado que seja, não é exceção, com o último exemplar a já ter saído da linha de produção. As encomendas já tinham sido encerradas em março, mas agora é mesmo o fim de um dos desportivos de maior longevidade da história.
O último Nissan GT-R a sair da linha de montagem tem como destino um cliente no Japão. Foi personalizada na edição limitada T-Spec, que dota o modelo de um sistema de travagem carbocerâmico, jantes forjadas em dourado, materiais específicos no interior e pinturas especiais, como a Midnight Purple deste exemplar.
© Nissan
Desde que foi lançado, há longos 18 anos (2007), o desportivo japonês teve cerca de 48 mil unidades produzidas ao longo de uma «carreira» que incluiu várias atualizações e versões especiais, cuja variante Nismo é, seguramente, a mais desejada.
Tal como o antecessor, o «Godzilla» original (Skyline GT-R R32), marcou o mundo dos desportivos quando foi lançado. A começar pelo tempo de 7min29s conseguido no Nürburgring, na altura (2008), inferior em dois segundos ao do Porsche 911 Turbo — o que levou até a Porsche a acusar a Nissan de batota…
VR38DETT
Desde 2007, o que nunca mudou no Nissan GT-R R35 foi o motor, o VR38DETT. Desenvolvido especificamente para o GT-R, este V6 biturbo de 3,8 litros, apesar de ter incomodado os fãs do seis cilindros em linha dos antecessores (RB26DETT), soube impor-se por mérito próprio.
Cada unidade era montado à mão por uma equipa de nove mestres Takumi — fique a conhecê-los em mais detalhe —, e na configuração inicial debitava «apenas» 480 cv e 588 Nm de binário. O suficiente para lançar o GT-R até aos 100 km/h em 3,5 segundos e ultrapassar os 300 km/h (312 km/h, para sermos precisos).
Nós também pudemos admirar a ferocidade e «melodia» que este conjunto mecânico é capaz de produzir:
A evolução do VR38DETT nunca parou. Sai agora de cena a entregar 570 cv e 637 Nm, mas no caso do GT-R Nismo, os números são ainda mais elevados: 600 cv e 652 Nm. E no muito especial e limitado GT-R50, chegou aos 720 cv. Mas tem mais para dar.
O que realmente impressionava neste conjunto mecânico era mesmo a sua «elasticidade» e capacidade de suportar potências avassaladoras, para lá dos 1500 cv.
O que se segue?
Com a saída do último Nissan GT-R R35 da linha de produção, sem um sucessor à vista, o futuro da linhagem continua incerto. Há vários anos que se houve falar do sucessor R36, sem no entanto haver planos concretos para um.
A Nissan já enviou, entretanto, uma mensagem para apaziguar os fãs do modelo e da linhagem: o GT-R vai voltar. Mas não se sabe ainda quando ou de que forma.
A todos os fãs do GT-R, quero dizer-vos que isto não é um adeus ao GT-R para sempre, é nosso objetivo fazer o símbolo GT-R regressar no futuro”.
Ivan Espinosa, CEO da Nissan
Em 2023 tivemos um primeiro vislumbre do que poderia ser o GT-R R36, quando a Nissan revelou o protótipo Hyper Force. Um supercarro elétrico com 1000 kW (1360 cv), mas com muitos elementos associados à identidade do GT-R, como os quatro farolins redondos e o logótipo na dianteira.
Mas numa altura em que vários construtores dão um passo atrás relativamente à eletrificação total e onde a procura por carros de alta performance elétricos é praticamente inexistente, há esperança de que a próxima geração do GT-R mantenha um motor a combustão, fazendo parte de um sistema híbrido. Só que por enquanto, não passam de rumores.
Além disso, a Nissan tem, atualmente, problemas maiores por resolver… como o da sua própria sobrevivência.
Sabe esta resposta?
Em que ano foi lançado o Nissan GT-R R35?