Em 2024, o universo de pessoas em risco de pobreza que não conseguia custear uma refeição completa com peixe, carne ou um substituto equivalente vegetariano fixou-se em 5,1% do total da população. É uma percentagem que está abaixo da média da União Europeia (8,7%), divulgada esta quinta-feira pelo Gabinete de Estatística da União Europeia (Eurostat).

Entre o grupo de 27 países da União Europeia (UE), o Chipre é o país onde a percentagem de pessoas em risco de pobreza sem acesso a uma refeição completa é menor (3,5%), seguido por Portugal e pela Irlanda (ambos com 5,1% da população nesta condição).

Já na ponta oposta figuram como a Eslováquia como o país onde as pessoas em risco de pobreza têm maior dificuldade em custear uma refeição com carne, peixe ou um equivalente vegetariano, com 39,8% da população, seguida pela Bulgária (37,7%) e a Hungria (37,3%).

Face ao ano anterior, a percentagem da população em risco de pobreza incapaz de assumir os encargos com uma refeição completa a cada dois dias até diminuiu ligeiramente em Portugal: passou de 5,9%, em 2023, para os 5,1%, em 2024, segundo as contas do Eurostat.

“A capacidade de pagar uma refeição com carne, peixe ou equivalente vegetariano a cada dois dias está entre os indicadores analisados a nível do domicílio para calcular a taxa de privação material e social severa”, lê-se na publicação do Eurostat.

Recorde-se que, em 2023, havia mais de 1,7 milhões de pessoas em risco de pobreza, ou seja, que tinham um rendimento mensal líquido inferior a 632 euros, em Portugal, como consta dos dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR), que o Instituto Nacional de Estatística revelou.

Além disso, como retrata o relatório anual Portugal, Balanço Social 2024, da Nova School of Business & Economics, publicado em Junho último, os trabalhadores portugueses com menores rendimentos são também os que mais sofrem com precariedade, os que trabalham mais horas e mais dificuldade têm em encontrar um trabalho a tempo inteiro por falta de oportunidades, os que estão sujeitos a mais riscos e perigos no trabalho e os que menos recorrem ao teletrabalho.