A TAP fechou o primeiro semestre deste ano com um resultado líquido negativo de 70,7 milhões de euros, valor que representa um agravamento em relação aos prejuízos de 24,8 milhões que haviam sido registados em igual período do ano passado. As contas foram penalizadas por “perdas cambiais”.

Os resultados foram divulgados, nesta quinta-feira, em comunicado emitido pela empresa. Considerando apenas o segundo trimestre, mostra o documento, a TAP viu os resultados caírem em mais de 42% em termos anuais, mas manteve-se com lucros, que ascenderam a 37,5 milhões de euros neste período. Este montante não foi suficiente para compensar as perdas que foram registadas no período de Janeiro a Março deste ano e a companhia aérea acabou por acumular prejuízos de 70,7 milhões de euros no conjunto do primeiro semestre.

O resultado é explicado, sobretudo, pelas perdas cambiais de 42,7 milhões de euros, principalmente devido à desvalorização do dólar. “Estas perdas reflectem, essencialmente, o impacto sobre activos denominados em dólar, como caixa e equivalentes de caixa, e contas a receber”, explica a TAP, ressalvando que a política contabilística de cobertura cambial implementada em 2022 levou a que “a maior parte do impacto da variação cambial do dólar sobre as responsabilidades com passivos” tenha sido já reconhecida em capital próprio.

Apesar dos prejuízos agora reportados, a empresa registou melhorias na maioria dos indicadores operacionais. No primeiro semestre, a TAP transportou perto de 7,9 milhões de passageiros, uma subida de 2,2% face a igual período do ano passado, enquanto a taxa de ocupação se fixou em 82,1% no conjunto dos seis primeiros meses do ano, uma subida de um ponto percentual face ao que era registado há um ano.

Este desempenho não foi, ainda assim, suficiente para impedir a quebra das receitas operacionais no primeiro semestre, período em que este indicador ascendeu a 1955 milhões de euros, uma redução de 1% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. Ainda do lado operacional, os custos aumentaram em quase 4%, para 1964 milhões de euros, sobretudo devido à subida dos gastos com pessoal e dos custos com combustível.

Já a dívida financeira ascendia 1549 milhões no final de Junho deste ano, um agravamento de 108 milhões em relação a Junho de 2024, que fica a dever-se, sobretudo, à rubrica de empréstimos bancários e obrigações, que aumentou em 16%.

Perante os resultados agora apresentados, e tendo em conta as passagens aéreas já reservadas, a TAP mantém perspectivas prudentes para o conjunto do ano de 2025. “As reservas encontram-se, à data, em linha com o ano anterior, apesar do aumento da capacidade e da tendência para janelas de reservas mais curtas. A pressão concorrencial nos principais mercados deverá manter-se, continuando a condicionar a evolução das receitas unitárias”, refere a empresa, salientando que o “foco” passará por “maximizar a qualidade das receitas nos principais mercados”, com taxas de ocupação elevadas e “tirando partido da vantagem geográfica e da rede única da TAP”.

A companhia aérea destaca, ainda, que “mantém o compromisso de modernização da frota”, apesar dos atrasos nas entregas de aeronaves, prevendo-se a entrega de três Airbus Neo até ao final deste ano. A 30 de Junho de 2025, a frota operacional da TAP era composta por 99 aeronaves, sendo a maioria (71%) da frota de médio e longo curso composta por aeronaves da família Neo.